Política

Bolsonaro entra com pedido de visto de turista nos EUA, diz escritório

Apoiadores têm convocado em redes sociais para um evento com Bolsonaro nesta terça (31), descrito na internet como um “reencontro com a comunidade brasileira em homenagem ao ex-presidente”, e os ingressos são vendidos por valores entre US$ 10 (entrada comum) e US$ 50 (entrada VIP)

Alan Santos/PR
Alan Santos/PR

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu um visto de turista para permanecer mais tempo nos Estados Unidos, onde está desde o fim do ano passado, segundo um escritório de advocacia que atua em Washington.

O processo do ex-presidente foi iniciado pela AG Immigration, que tem sede em Washington e escritórios em outras partes do país, inclusive em Orlando, onde está o ex-presidente.

A informação foi publicada pelo jornal britânico Financial Times e confirmada pela Folha.

Bolsonaro viajou para os EUA em 30 de dezembro de 2022, um dia antes de deixar a Presidência, e, rompendo uma tradição democrática, não passou a faixa presidencial para seu sucessor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ele tomou um avião presidencial e seguiu para Kissimmee, cidade na região de Orlando a poucos minutos dos parques da Disney, onde levou a família para uma casa de férias que pertence ao ex-lutador de MMA José Aldo, em um condomínio fechado.

Como ele entrou nos Estados Unidos ainda como presidente, estava no país com um visto diplomático e tinha 30 dias para mudar esse status a partir do momento em que deixou a Presidência, segundo o governo americano, prazo que se encerrou nesta segunda (30). Se não o fizesse, poderia até ser expulso do território americano.

Agora, a mudança para o visto de turista ainda precisa ser aprovada pelo Departamento de Estado, que pode ou não fazê-lo não só por questões técnicas, mas pressão política, segundo um especialista em imigração consultado pela reportagem na última semana. Depois dos ataques em Brasília em 8 de janeiro, políticos da esquerda americana têm pedido a deportação de Bolsonaro do país.

De acorod com a Folha, o visto de turismo, porém, não permite que o ex-presidente exerça atividades remuneradas, o que atrapalharia o plano de seu entorno de financiar a estadia dando palestras para empresários.

Apoiadores têm convocado em redes sociais para um evento com Bolsonaro nesta terça (31), descrito na internet como um “reencontro com a comunidade brasileira em homenagem ao ex-presidente”, e os ingressos são vendidos por valores entre US$ 10 (entrada comum) e US$ 50 (entrada VIP).

Bolsonaro pediu a José Aldo para estender a estadia na casa na região de Orlando por cerca de um mês, até depois do Carnaval, segundo um amigo do atleta.