O presidente Jair Bolsonaro (PL) impediu a inauguração de uma cisterna de alvenaria no semiárido de Pernambuco neste domingo (5). Com o impedimento, a atual gestão caminha para fechar o pior ano de implantação de cisternas para populações de regiões que convivem com a seca desde 2003, quando foi lançado o programa federal sob Lula (PT).
Como relatam moradores da cidade de Afrânio em Pernambuco, o evento iria coroar um trabalho coletivo que também rendia recursos para pedreiros e comerciantes locais, que forneciam serviços e materiais de construção para a obra hídrica.
Desarticulando o Programa Cisternas, montado pelo governo PT, milhões de famílias ficarão sem recursos do governo para enfrentarem as secas no sertões. Até o momento nenhuma verba foi repassada para continuidade do projeto. O governo Bolsonaro culpa a pandemia da Covid-19.
O Programa Cisternas já obteve reconhecimento nacional e internacional, entre eles um prêmio da ONU (Organização das Nações Unidas) em 2017, o Prêmio Política para o Futuro da UNCCD (Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação).
Hoje o déficit de cisternas no semiárido é 350 mil unidades, segundo a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), uma rede de organizações da sociedade civil formada por ONGs, instituições sindicais, religiosas e de agricultores familiares.