O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, avaliou, em entrevista publicada hoje (19) no Estadão, que a expulsão do deputado Alexandre Frota do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, revela um "viés muito autoritário" por parte do chefe do Executivo nacional.
"O partido tem de ser composto por vozes que destoam entre si. Ele tem de ter um núcleo, um alinhamento, mas é muito saudável que haja divergências internas. Então, este tipo de atitude revela um viés muito autoritário que infelizmente vem sendo demonstrado pelo presidente desde a sua eleição. É muito preocupante o presidente determinar ao seu partido uma ordem sumária para que um de seus membros seja expulso. O presidente revela uma absoluta falta de lealdade com seus próprios soldados. Algumas pessoas dizem que o Jair tem deixado seus soldados para trás. Acho que é muito pior. Acho que ele próprio atira nos seus soldados. E pelas costas", disse Bebianno, acrescentando que o presidente "vai se tornar um homem solitário com o passar do tempo" caso siga afastando aliados.
O ex-ministro também afirmou que algumas atitudes de Bolsonaro têm o objetivo de atender aos "caprichos" dos filhos, como creditar ao vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) a sua eleição como presidente e indicar o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada em Washington. "Se o Eduardo não tivesse o papai como presidente da República, ele teria a mínima chance de ser indicado para alguma embaixada no planeta Terra? Óbvio que não. É um rapaz que tem uma formação acadêmica muito frágil, é inexperiente, muito imaturo e mimado. É um capricho dele perante o pai, e o pai está atendendo", afirmou.
Metro1 // AO