Os partidos que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff e hoje formam a base do governo de Michel Temer vão comandar 81% do eleitorado do país. O resultado consolida uma ampla base municipal formada pelas legendas com assento na Esplanada e, ao mesmo tempo, revela a ampliação do espaço dos partidos nanicos.
Dos 57 municípios onde houve segundo turno, siglas aliadas ao governo elegeram 46 prefeitos — sendo doze em capitais. Ao todo, contando o resultado do primeiro turno, foram 4.446 eleitos. A conta inclui PMDB, PSDB, PSD, PP, PSB, PR, DEM, PTB, PPS, PRB e PV.
A exemplo do primeiro turno, o maior vitorioso ontem foi o PSDB, que levou cinco das oito capitais em que disputava. Destaque para Porto Alegre, onde a legenda terá o comando da prefeitura pela primeira vez. O partido, porém, perdeu em Belo Horizonte, quarto maior colégio eleitoral do país e crucial para os planos do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de viabilizar seu nome para a disputa presidencial de 2018.
O PMDB venceu em metade das seis capitais em que disputava. Em Florianópolis, a vitória de Gean Loureiro sobre Ângela Amin (PP) foi por pouco mais de 1 000 votos. Também levou em Goiânia, com Iris Rezende, e Cuiabá, com Emanuel Pinheiro. As outras vitórias vieram de partidos menores que também fazem parte da base aliada, como o PRB, que venceu no Rio, o PSD, eleito em Campo Grande, e PPS, que administrará a capital capixaba, Vitória.
Oposição — Dos partidos da oposição, o PDT venceu nas duas capitais em que estava no páreo. Em Fortaleza, o prefeito Roberto Cláudio foi reeleito com 53,57% dos votos. Sua vitória fortalece os planos nacionais do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), também pré-candidato ao Planalto. O partido conquistou São Luís, onde o atual prefeito, Edivaldo Holanda Júnior, foi reeleito com apoio do governador maranhense Flávio Dino. O PCdoB venceu em Aracaju. PSOL, que disputava no Rio e em Belém, e PT, que tentava voltar à prefeitura do Recife, não venceram em nenhuma cidade.
Reprodução: Veja (Com Estadão Conteúdo)