Política

Austeridade nas contas do Legislativo deveria ser regra, não motivo de celebração

Os dois dirigentes das casas legislativas de maior orçamento na Bahia, fecharam 2017 com uma postura de austeridade.

NULL
NULL

Austeridade nas contas do Legislativo deveria ser regra, não motivo de celebração

Os dois dirigentes das casas legislativas de maior orçamento na Bahia, a Assembleia Legislativa da Bahia e a Câmara de Vereadores de Salvador, fecharam 2017 com uma postura de austeridade. Enquanto Angelo Coronel devolveu ao governo da Bahia R$ 555 mil, Léo Prates economizou mais: R$ 14 milhões, que foram encaminhados à prefeitura da capital baiana. Ambos, logicamente, capitalizaram politicamente o fato. Coronel, inclusive, parece ter escolhido a dedo a cifra, já que, numa eventual candidatura ao Senado no próximo ano, o número provável nas urnas seria 555. Já Prates foi mais longe e ajudou o correligionário ACM Neto (DEM) a engordar os investimentos da prefeitura em Salvador. Além de economizarem recursos, os dois presidentes comemoraram o fato de devolverem o dinheiro público que não foi utilizado. Em um país com milhões de miseráveis, o gesto dos dois, celebrado mesmo pela imprensa, não deveria ser exceção: se esperaria que fosse uma regra. Porém não é o que acontece. São tantos penduricalhos e assessores a que os legisladores têm direito que seria impossível levantar facilmente quanto custaria uma Assembleia ou uma Câmara enxuta. Ainda assim, é louvável que tanto Coronel quanto Prates tenham tido a iniciativa de devolver recursos públicos. É sinal que o custo de manutenção das duas Casas pode ser menor do que é previsto anualmente. Seria pedir muito que a mesma situação se repita nas câmaras de vereadores de toda a Bahia? E o Congresso Nacional? Ah, seria um presente de Natal que nem a existência de Papai Noel poderia dar… Este texto integra o comentário desta sexta-feira (22) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Irecê Líder FM e Clube FM.

Fonte: Bahia Noticias // AO