O prefeito de Salvador, Bruno Reis, publicou, na tarde desta segunda-feira (15), um veto total ao Projeto de Lei (PL) nº 136/2022. Presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia e vereador, Augusto Vasconcelos (PCdoB), o PL dispõe sobre a obrigatoriedade de dispositivos e regras de segurança nas instituições bancárias e financeiras.
“É lamentável essa atitude do prefeito, o que acaba prejudicando a população. No ano passado, ele sancionou um projeto para permitir que os bancos retirassem os vigilantes e as portas com detectores de metais das lojas e unidades de atendimento, expondo ainda mais a sociedade aos riscos de eventuais assaltos. Imagine vocês que estabelecimentos comerciais da cidade como mercadinhos, padarias, farmácias, contratam vigilantes. E bancos, que são alvos preferenciais de bandidos, estão tentando se livrar dessa atribuição. Um completo desrespeito com a população”, criticou Augusto.
O PL trata da presença obrigatória de vigilantes em todas as unidades bancárias, inclusive nas agências sem movimentação de numerário, tendo em vista que as empresas do setor financeiro têm utilizado a estratégia de transformar agências em lojas e unidades de negócio, para se manterem isentos da responsabilidade de promoção de segurança para os trabalhadores e a população.
O Projeto, além de buscar reduzir o desemprego que assola a categoria dos vigilantes, também previa a obrigatoriedade de dispositivos de segurança eletrônica, como instalação de câmeras e portas com detectores de metais em todas as unidades bancárias da capital.
“Essas medidas têm sido discutidas pelo Comando Nacional dos Bancários, que tem lutado nacionalmente para reverter o alto índice de ocorrências de assaltos e explosões nas agências”, ressaltou ele.
De acordo com dados do Dieese, os bancos economizaram mais de R$750 milhões durante a pandemia em função da redução de gastos administrativos como luz, água, aluguel, segurança, entre outros. Dados também apontam que cerca de mais de 1300 agências foram fechadas, eliminando cerca de 10 mil postos de trabalho entre março de 2020 e março de 2021. O número de demitidos passa de 13 mil em função da rotatividade.
“A ganância dos bancos não pode ser maior do que o interesse de preservação da vida”, completou o vereador.