O ex-secretário de Gestão de Salvador, Alexandre Paupério, foi denunciado ao Ministério Público à 7ª Vara da Fazenda pública por participar de esquema de desvio de quase R$ 40 milhões, entre 2009 e 2012, na gestão do então prefeito João Henrique (PR). Segundo denúncia, Paupério constituiu com alguns sócios três empresas que participaram de convênio com a secretária de Educação via Fundação Escola de Administração (FEA).
Brian Inovações, Consultoria e Assessoria Ltda., a empresa Digital Instituto de Tecnologia Ltda e a empresa Glia Comunicação, Design e Criatividade Ltda. receberam quase R$ 18 milhões sem que os serviços tenham sido prestados em sua total integralidade, segundo denúncia do MP.
Sócio de Paupério nas três empresas, Fábio Luís Assmann também é sócio do badalado Red River Café. Restaurante localizado no Rio Vermelho, além de Assmann aparece como sócia-administradora Lilian Cristina Campos Paupério, esposa do ex-secretário.
Segundo o Ministério Público as empresas Digital Instituto de Tecnologia Ltda e a empresa Glia Comunicação, Design e Criatividade Ltda iniciaram as atividades “nas proximidades do início da execução do convênio, indicando que foram criadas justamente com o fito de beneficiar-se deste ajuste.
A fraude é salientada pelos relatórios enviados pela FEA como resultado dos contratos firmados com as mencionadas empresas, que indicam, às escâncaras, o uso do erário para locupletar-se indevidamente por meio de contratos fictícios, mediante apresentação de dados inúteis para a SECULT – ou qualquer outra entidade pública”.
Após acatar a denúncia do MP, o juiz Benedito da Conceiçãodos Anjos da 7ª Vara da Fazenda Pública pediu a indisponibilidade de bens de Alexandre Paupério, além do sócio Fábio Asmann e outras 12 pessoas e da Fundação Escola de administração (FEA).
Ao ser interrogado pela mídia local, Alexandre Paupério afirmou ele e Fábio Assmann, foram sócios por 8 anos nas empresas investigadas pelo Ministério Público. Disse, ainda, que ele e Fábio são amigos já há 20 anos. Já quando questionado sobre o processo que está investigando o desvio de cerca de R$ 40 milhões da Secult, Paupério preferiu não falar: "Já não sou mais secretário. Por favor, me deixem seguir a minha vida".
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