Política

As revelações de Eduardo Cunha sobre os bastidores do impeachment de Dilma

Relato expõe sem pudores um duro jogo de chantagens mútuas, lobby de empresários graúdos e propostas indecentes

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**ATENÇÃO** NÃO REUTILIZAR ESTA IMAGEM, SUJEITO A COBRANÇA POR USO INDEVIDO**FOTO EXCLUSIVA PARA A UTILIZAÇÃO APENAS NA REVISTA VEJA**

SEM ACERTO - O autor com Dilma: em troca de barrar a queda, o PT teria oferecido a Cunha ajuda no STF e no Congresso para livrá-lo da cassação – Pedro Ladeira/Folhapress/. 

 

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Há cerca de um ano, o ex-pre­sidente da Câmara Eduardo Cunha saía da penitenciária Bangu 8 para sua casa na Barra da Tijuca, benefician­do-se do direito à prisão domiciliar. De volta ao lar, mesmo assolado por alguns problemas de saúde, Cunha se dedicou obsessivamente a uma tarefa que iniciou ainda na cadeia: passar a limpo um dos capítulos mais importantes da história recente da política brasileira. Em outras palavras, sua participação — fundamental e decisiva — na queda de Dilma Rousseff.  

Com a ajuda da filha mais velha, Danielle Cunha, de 33 anos, ele colocou no papel boa parte do que fez, falou e ouviu durante a ação que comandou. 

Esse relato materializou-se nas 797 páginas de Tchau, Querida — O Diário do Impeachment, que será lançado pela editora Matrix no dia 17 de abril, de forma a coincidir com o aniversário de cinco anos da sessão da Câmara que expulsou Dilma do Palácio do Planalto.  

Embora seja uma narrativa obviamente enviesada (o autor tende a ser benevolente com seu comportamento e crítico com a maioria dos outros personagens), é inegável o valor do documento. Cunha foi o grande protagonista do movimento e, agora, disseca sua versão sobre os acontecimentos daquele período. é inegável o valor do documento. Cunha foi o grande protagonista do movimento e, agora, disseca sua versão sobre os acontecimentos daquele período. 

 

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PARCERIA - Cunha e Temer: o então deputado levava e aprovava nomes para o futuro governo com o vice – Andre Coelho/Agência O Globo 

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Rico em detalhes e bile, o relato de Cunha lança suspeitas sobre integrantes do Judiciário e, obviamente, expõe episódios nada edificantes de alguns dos principais nomes da política e do empresariado nacional. O ex-presidente da Câmara detalha, por exemplo, a reunião secreta em que Lula confessou o arrependimento por ter patrocinado a reeleição de sua pupila e prometeu a Cunha tentar interferir no STF para ajudá-lo.

Traz ainda à baila uma lista de outras propostas indecorosas que, segundo ele, foram feitas por por ministros de Estado e pela própria inquilina do Palácio do Planalto à época, na tentativa de barrar o impeachment,   assim como por deputados que pediram alguns milhões de reais para salvar-lhe o mandato no Conselho de Ética, o que não aconteceu. 

 

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Veja // Figueiredo