Política

Após críticas e envolvimento em polêmicas, Augusto Aras deixa a PGR nesta terça-feira

Sucessor do PGR, no entanto, ainda não foi escolhido pelo presidente Lula (PT)

Leonardo Prado/Secom/PGR
Leonardo Prado/Secom/PGR

Depois de quatro anos marcados por polêmicas, termina nesta terça-feira (26) o mandato de Augusto Aras à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR). Ao longo deste período, ele foi alvo de críticas da oposição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – que o indicou ao posto mesmo estando fora da lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) – por supostamente protegê-lo ao não dar andamento a denúncias como as investigações da CPI da Covid ou indícios de corrupção na saúde e educação durante o governo anterior.

No entanto, o substituto dele ainda não foi definido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Neste cenário, que chegou a contar com especulações de que Aras poderia até ser reconduzido ao cargo e algumas dúvidas se o petista seguirá a lista tríplice, o posto deverá ser ocupado interinamente pela subprocuradora-geral Elizeta Maria de Paiva Ramos a partir da próxima quarta-feira (27).

De acordo com o Estadão, durante seu período à frente da PGR, Aras sofreu duras críticas dos opositores de Bolsonaro sobre um suposto favorecimento ao então presidente. Ao indicar o procurador, Bolsonaro chegou a dizer que ele seria a “rainha” no xadrez de seu governo. Na prática: a peça mais poderosa na defesa do “rei”.

A Procuradoria-Geral da República é, pela lei, a única entidade com o poder de oferecer denúncias contra um presidente e, sob comando de Aras, o órgão chegou a arquivar mais de 100 pedidos de investigação contra Bolsonaro.

Entre eles, estavam os pedidos originados na CPI da Covid, que investigou a conduta de Bolsonaro durante a crise da pandemia. Aras também realizou apenas “procedimentos preliminares” em casos em que havia indícios de corrupção na saúde e educação, por exemplo.

Mesmo em seu próprio ambiente, o chefe do Ministério Público Federal enfrentou contestações. Também conforme a publicação, procuradores da cúpula da instituição o questionaram frequentemente sobre seus métodos na condução da PGR em tempos beligerantes.