Após a divulgação de gravações telefônicas em que peemedebistas reclamam da atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o presidente interino Michel Temer o chamou para uma reunião nesta segunda-feira, às 17h, no Palácio do Planalto. Temer discutirá com Janot a Operação Lava-Jato e sua disposição pública de não interferir nas investigações, mesmo que afetem o seu partido, o PMDB. Em seu discurso de posse, o presidente interino defendeu que a operação não seja enfraquecida.
Sarney e Renan prometem a investigado interferir na Lava-Jato
– A moral pública será permanentemente buscada por meio de instrumentos de controle. A Operação Lava-Jato tornou-se referência e, como tal, deve ter seguimento e proteção contra qualquer interferência que possa enfraquecê-la – discursou o presidente interino na época.
Desde que assumiu o Executivo no lugar da presidente afastada, Dilma Rousseff, Temer buscava marcar conversas com os presidentes dos Poderes e com a PGR. A reunião com Janot ocorrerá uma semana depois do início do vazamento das gravações entre o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e três peemedebistas da cúpula, o senador Romero Jucá (RR), o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o ex-presidente José Sarney (AP). Os grampos derrubaram Jucá no Ministério do Planejamento e desnudaram conversas pouco republicanas, entre elas, uma em que Renan chama Janot de "mau-caráter".
A assessoria do presidente Michel Temer também confirmou que Gilmar Mendes esteve na noite de sábado na Palácio do Jaburu para pedir recursos para as eleições municipais deste ano. O ministro afirmou a Temer que faltam cerca de R$ 250 milhões para fechar as contas e o presidente ficou de discutir com a equipe econômica uma forma de resolver o problema.
Reprodução: O Globo