Após ameaças consecutivas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra o Supremo Tribunal Federal (STF), Augusto Aras, procurador-geral da República, e Arthur Lira (PP), presidente da Câmara, estão resistentes em endossar o Supremo. Bolsonaro atacou, na sexta-feira (6), mais uma vez o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e Aras e Lira não se pronunciaram sobre o caso.
Uma reunião com os chefes dos Três Poderes, para amenizar a crise institucional, agendada para a última quinta-feira (5), foi cancelada pelo presidente do Supremo, ministro Luiz Fux. Segundo ele, Bolsonaro não cumpre o que fala e que “é certo que, quando se atinge um dos integrantes do tribunal, se atinge o corpo inteiro”.
Aras agendou uma nova reunião, na sexta-feira (6), e ao final da conversa que teve 50 minutos de duração, ele e Fux divulgaram nota sem citar as ofensas a Barroso e os ataques do atual presidente ao sistema eleitoral.
Integrantes da cúpula da PGR cobram um posicionamento do chefe do Ministério Público Federal (MPF), sobre as investidas de Bolsonaro ao retorno do voto impresso no país. Em carta divulgada, na última sexta (6), 29 de 74 subprocuradores-gerais da República alegaram que Aras não pode se isentar diante dos ataques do presidente ao TSE e STF.
Após omissão da Procuradoria sobre a conduta de Jair Bolsonaro, o TSE agiu sem convocação do Ministério Público, e abriu um inquérito para investigar o presidente, por mesmo sem provas acusar o sistema eleitoral de fraude. A corte ainda encaminhou uma notícia-crime ao Supremo, por conta da live do última dia 29, onde o chefe do Executivo deferiu acusações falsas contra as urnas eletrônicas, e dois dias depois , Moraes decidiu incluir Bolsonaro como investigado no inquérito de fake news. Ambas ações não contaram com a participação de Aras.
