Na semana que se celebra o Dia Internacional da Mulher, a vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos (PDT) refletiu sobre a participação feminina e inclusão nos espaços de poder. Considerada um prodígio, com duas graduações aos 24 anos e uma história como líder estudantil, a pedetista admitiu que nunca se viu capaz de disputar uma eleição, ou que deveria ter um protagonismo na esfera pública.
Em entrevista ao programa Ligação Direta, da Rádio Salvador FM, nesta quarta-feira (9), Ana reconheceu que a sua própria dificuldade em enxergar à altura de um "cargo político" é resultado de uma estrutura social e uma cultura 'subjetiva' que privilegia os homens.
"Nunca pensei em ser candidata a nada", confessou.
"A minha própria resposta, mostra que a mulher não se sente capaz. É um cenário que ela nem ousa sonhar com isso [política]. Aos 24 anos com duas graduações, mestrado, liderança juvenil, nunca tinha sonhado em ter um cargo político, representativo. Isso não é natural, não é natural a gente 'não sonhar'. Talvez isso mostre o subliminar, o subjetivo dessa cultura, onde mulheres não ocupam espaços de representatividade", ponderou Ana.
Para ampliar a participação feminina na política, diz Ana, é preciso que as conversas comecem dentro de casa e em outras "esferas".
"Já tivemos Lídice da Matta, Célia Sacramento. Eu estou aqui tenho a honra de representar tantas mulheres, mas uma das maiores dificuldades é propor a discussão no bairro, em casa. Mas isso tá mudando", projeta.