Vereador eleito com maior número de votos pelo PSOL em Feira de Santana, Jhonatas Monteiro tem sofrido ameaças de morte desde que se colocou ao lado de professores municipais em greve que ocuparam a sede d Prefeitura de Salvador, no fim de março. Desde então, a sua vida nunca mais foi a mesma.
Já nas semanas seguintes à ocupação, que resultou em diversos professores feridos, agredidos pela Guarda Municipal e até o próprio vereador, que teve um dente fraturado, ele passou a receber ligações e mensagens com promessas de que seria assassinado. Há relatos de uma professora que vomitou sangue após apanhar dos agentes.
No mês passado, entretanto, agora por e-mail, Jhonatas Rasta, como é conhecido o professor, foi ameaçado de atearam fogo nele e em sua família, e recebeu ainda ataques racistas.
Nas duas ocasiões, ele diz que não recebeu nenhum apoio por parte do prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins (MDB), muito pelo contrário, tentou "criminalizar" a greve dos professores. As ameaças já foram denunciadas à Polícia Civil, que apura a autoria dos crimes.
"A posição do prefeito Colbert Martins Filho e secretários não foi de repudiar a violência e buscar apurar os abusos. Todos os discursos foram no sentido de criminalizar as pessoas que estavam em greve no professorado municipal e, por que isso, endossaram a violência dizendo que não houve qualquer tipo de abuso, que o uso da força foi proporcional, quando há uma farta produção de vídeos que demonstram exatamente o contrário", condenou o edil em entrevista ao Ligação Direta, da rádio Salvador FM.
Ele diz que Colbert não determinou a abertura nem de uma sindicância para tentar apurar os possíveis excessos da Guarda Municipal.
"Se o gestor principal do município vai lá e diz que esse tipo de violência é aceitável, possível, inclusive violência contra representantes legais como no meu caso, ele legitima que qualquer violência é possível. Não quer dizer que as ameaças partem da Prefeitura, isso quem tem que dizer é a Polícia Civil, mas que esse tipo de conduta favorece. E não foi aberta sequer uma sindicância", critica.
Nos e-mails enviados no fim de julho, Jhonatas mais uma vez foi jurado de morte, relembrando o seu envolvimento na greve de abril.
"As mais recentes diziam que tinha me juntado a professores vagabundos para fazer baderna e também sinalizar ameaças de morte, dizer que queriam queimar a minha família e a mim, colocar gasolina, esse tipo de coisa", relatou em entrevista ao Ligação Direta, da rádio Salvador FM.
O e-mail também atacou o veículo Alma Preta, que noticiou as primeiras ameaças feitas ao vereador de Feira, se aproveitando para proferir ofensas racistas. Para Jhonatas, tudo isso é resultado do ambiente de escalada da violência e initimdação política.
"O ataque fazia referência a um veículo nacional que noticiou em abril, chamado Alma Preta. Eles diziam que o nome era errado porque preto não teria alma, pleo contrário, lá trabalhavam vários macacos e que eu mesmo era um macaco fedido. Nom fim das contas, isso faz parte do contexto de violência política que enfrentamos no país hoje, que tem como característica a maior presença de casos abertos de racismo voltados às pessoas que atuamd e alguma forma na vida política, em geral pessaos de esquerda", analisou o vereador do PSOL, mesmo partido da vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro em 2018.