Eleições

Alckmin e Meirelles usam inserções contra Bolsonaro

De forma velada, as campanhas do tucano e do emedebista criaram peças que criticam o discurso de Bolsonaro sustentado na facilitação do porte de armas

NULL
NULL

Resultado de imagem para Alckmin e Meirelles usam inserções contra Bolsonaro

Os primeiros comerciais (inserções) das campanhas de Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB) no horário eleitoral no rádio e na TV, que começam a ser veiculados hoje, terão o deputado Jair Bolsonaro, presidenciável do PSL, como alvo. De forma velada, as campanhas do tucano e do emedebista criaram peças que criticam o discurso de Bolsonaro sustentado na facilitação do porte de armas para a população e no voto movido pela indignação.

O chamado palanque eletrônico das eleições deste ano terá início com a exibição dos blocos de programas dos candidatos a governador, ao Senado e às assembleias legislativas e distrital. Amanhã será a vez dos postulantes à Presidência da República. A partir de hoje, porém, já começam a ser exibidas as inserções de 30 segundos das campanhas para o Planalto.

Na candidatura de Alckmin, a estratégia para “desconstruir” Bolsonaro deve ficar concentrada majoritariamente nestes comerciais. A equipe de publicidade do tucano copiou uma campanha britânica contra o uso de armas e produziu um vídeo no qual um projétil atravessa em câmera lenta objetos com palavras como fome e desemprego e chega até uma criança negra. Em seguida, é usado o slogan: “Não é na bala que se resolve”.

Bolsonaro reagiu ao vídeo e disse que “flores não garantem paz”.

Os marqueteiros de Meirelles adotaram linha semelhante, mas nesse caso o mote é que o eleitor não deve votar “com os olhos cegos pela indignação”. Duas inserções reforçam essa ideia. Em uma delas, os passageiros de um ônibus se desesperam quando percebem que o motorista está dirigindo com os olhos vendados.

No bloco fixo de 12 minutos e 30 segundos destinado aos presidenciáveis, uma breve biografia de Alckmin será apresentada. A propaganda vai mostrar o caso de uma paraense que se curou no Instituto do Câncer de São Paulo (ICSP) para vender a ideia que as políticas públicas paulistas podem ajudar a população de outros Estados.

Meirelles, por sua vez, vai repetir nos programas o estilo já usado em suas redes sociais. Vídeos vão vender o ex-ministro da Fazenda de Michel Temer e ex-presidente do Banco Central de Luiz Inácio Lula da Silva – condenado e preso na Lava Jato – como o mais preparado para enfrentar a crise econômica, gerando empregos e crescimento. Para se tornar mais popular, deve usar a imagem de Lula e esconder a de Temer.

Táticas

A participação do ex-presidente petista no horário eleitoral deverá ser analisada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em sessão extraordinária marcada para hoje.

Em uma campanha mais curta também no rádio e na TV, os presidenciáveis traçaram táticas distintas. Com poucos segundos de exposição, mas bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto, Bolsonaro e Marina Silva (Rede) – respectivamente primeiro e segundo colocados nos cenários sem a presença de Lula – devem utilizar os programas para convidar eleitores para produções veiculadas nas redes sociais. O mesmo fará Guilherme Boulos, do PSOL.

Marina deve estrear as inserções com um discurso de unificação do País. A prioridade é fortalecer seu eleitorado, majoritariamente feminino e jovem. A presidenciável tem, no perfil de 16 a 34 anos, a maior parte dos seus votos, segundo a mais recente pesquisa Ibope/Estado/TV Globo.

Os primeiros programas e inserções de Ciro Gomes (PDT) vão focar em sua proposta de tirar mais de 60 milhões de brasileiros do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Como Ciro, boa parte dos candidatos vai adotar o mote da “mudança”.

Os “nanicos” na TV e no rádio vão apresentar, nos programas e inserções, propostas e protestos. “Vamos mudar tudo que está aí”; “A mudança que a gente quer não virá dos políticos que a gente tem”, diz João Amoêdo, do Novo. (PEDRO VENCESLAU, ADRIANA FERRAZ, GILBERTO AMENDOLA, MARIANNA HOLANDA e RICARDO GALHARDO) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. // AO