O ex-governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, indicou nesta quinta-feira, 17, acreditar que o presidente Michel Temer (MDB) não será candidato este ano.
"Até pode ser", disse o tucano após participar de um evento com estudantes do Insper, na capital paulista, mas ponderou. "Quando você tem presidente eleito e candidato à reeleição, ele é muito favorito. O presidente Temer não foi eleito, é claro que tem mais dificuldade. Tanto é que é o (Henrique) Meirelles que está mais candidato", disse.
Com baixíssimos níveis de aprovação, Temer tem enfrentado dificuldades em se firmar como candidato e declarou hoje, após uma almoço na casa do deputado Heráclito Fortes (DEM-PI), estar "meditando" sobre a possibilidade de desistir de se lançar no pleito desse ano.
"Por que se tem tanto candidato (nessas eleições)? Primeiro pelo pluripartidarismo, resultado da falta da reforma. Segundo, quando um presidente eleito tenta a reeleição, ele é forte e tem poucos desafiantes. Mas agora é diferente", argumentou Alckmin, para depois emendar: "Se for candidato, claro que vamos respeitar."
Apesar de acreditar que o emedebista não levará adiante sua candidatura, Alckmin não quis comentar se busca uma aliança com seu partido e manteve o discurso de que as definições se darão em julho. "Isso fica mais para frente, não vai ter novidades por enquanto".
Reformas
O ex-governador reafirmou que pretende, caso eleito, aproveitar o primeiro ano de mandato para aprovar quatro projetos difíceis, as reformas política, da Previdência, a tributária e a do Estado.
"O próximo presidente eleito terá quase 60 milhões de votos, tem que aproveitar para fazer essas reformas macro", disse o tucano.
Aos estudantes do Insper, Alckmin criticou o sistema político atual, que é composto não por "35 ideologias, mas pequenas e médias empresas mantidas com dinheiro público". Ele defendeu também um Estado menos empresário e mais regulador e as reformas previdenciária e tributária para ajudar a zerar o déficit público, o que pretende fazer em "até dois anos".
Estadão // AO