Eleições

Ala do PSOL se desfilia e critica aproximação com Alckmin e federação com Rede

Em carta intitulada "Ruptura com o PSOL", eles explicam que a debandada foi provocada pela descaracterização do partido nos últimos anos

PSOL/Divulgação
PSOL/Divulgação

Uma ala inteira do PSOL se desfiliou em bloco do partido, como uma reação à aproximação do partido com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice na chapa com Lula (PT).

Em carta intitulada "Ruptura com o PSOL", eles explicam que a debandada foi provocada pela descaracterização do partido nos últimos anos e abandono do ideal de "superação da ordem burguesa", em troca da adoção de estratégias unicamente eleitorais.

No documento, fica claro outro incômodo do bloco, que contou com 56 assinaturas, entre elas de Plínio de Arruda Júnior, que foi a federação da sigla com o Rede Sustentabilidade.

"Enquanto a luta de classes pede ferramentas de organização para a superação da ordem burguesa, a direção do PSOL só pensa em como salvar o acesso ao fundo partidário e disputar a representação parlamentar nas instituições burguesas", diz o texto.

A corrente faz contraposição à ala hoje comandada por Guilherme Boulos, pré-candidato à deputado federal por São Paulo, e o presidente nacional da legenda, Juliano Medeiros.

A ala mais radical argumenta que o PSOL nasceu em 2004 como uma alternativa ao "colaboracionismo de classes" defendido pelo governo petista.

"O método central do PSOL foi uma construção partidária, baseada na experiência na realidade objetiva e viva das lutas de base dos explorados e excluídos", diz o texto. "O PSOL nasceu, portanto, como resultado da resistência militante ao projeto petista de adequação à ordem burguesa", diz o comunicado.