Muito se especulou nos cenários políticos por quais critérios perpassaram o real apoio da base de oposição da Assembleia Legislativa da Bahia ao deputado estadual Ângelo Coronel, do PSD, liderado pelo senador Otto Alencar (PSD), até então fiel escudeiro do governador Rui Costa (PT). Após a eleição do pessedista para o comando do Legislativo baiano, o vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis (PMDB), principal articulador e interlocutor nas negociações com Coronel, ao Bocão News, negou qualquer tratativa sobre a chapa majoritária em 2018, contudo, deixou pistas.
“A vida é feita de gestos. Fizemos um grande gesto ao PSD”, disse.
Indagado, de imediato, se espera retribuição, respondeu: “Quem faz gesto esperando, pode ter decepção. A gente procura fazer gesto ao longo da vida e que um dia venha a ser reconhecido”.
Reis argumentou que as principais tratativas com Coronel resvalaram ao modus operandi do dia a dia da Casa e a independência do poder.
“Entrou em discussão um parlamento independente. Ao longo dos anos do PT no comando da Bahia, nunca houve nessa Casa uma dificuldade para aprovação de projeto e isso motivado pela forma como a presidência era conduzida. Nós pedimos para Ângelo Coronel uma presidência independente, onde os deputados tivessem autonomia, os projetos pudessem ser debatidos e que ao final prevalecesse a vontade da maioria”.
Perguntado se atualmente isso não funciona, Bruno confirmou. “Até então não. E acho que Marcelo Nilo cumpriu bem esse papel porque ele é da base. Ele assumiu o papel de presidente e líder do governo e garantiu esse céu de brigadeiro para que até então nenhuma única matéria tivesse dificuldade para aprovação”.
Reprodução: Bocão News