Um dos senadores que retirou em março a assinatura do requerimento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o senador baiano Jaques Wagner (PT) mudou de opinião e tem endossado, publicamente, a instalação do colegiado.
Hoje, após a demissão ministro do GSI, Gonçalves Dias, por colaborar com os atos golpistas, o petista disse não ver "qualquer temor" sobre a abertura da CPI ou uma CPMI – onde participam senadores e deputados.
“Não vejo qualquer motivo para o governo temer a abertura de uma eventual CPI ou CPMI para apurar os crimes cometidos durante os atos antidemocráticos do 8 de janeiro. A pauta perdeu força, pois os órgãos seguem atuando e avançando nas devidas investigações deste triste episódio”, disse Wagner.
A fala representa uma mudança bastante sensível na postura do senador, que é também líder do governo na Casa. Em fevereiro desse ano, poucos dias depois dos ataques que vandalizaram diversos prédios públicos, Wagner criticou publicamente a possibilidade de instalação da CPI.
"Eu entendo que devemos usar CPIs para apurar coisas que efetivamente possam contribuir com a sociedade. Acho que os fatos de 8 de janeiro, com muita tristeza, já estão esclarecidos", alegou, à época. Ele disse ainda que CPI tiraria o foco de temas prioritários para o governo, que agora se vê às voltas para aplacar a narrativa bolsonarista de que toda arruaça teria sido feita por "infiltrados petistas".