Política

Adolfo Menezes defende que Binho Galinha deveria ser tratado sem imunidade parlamentar

Na avaliação de Adolfo, a legislação brasileira poderia prever que deputados fossem julgados sem crivo das Casas legislativas

Vagner Souza/Salvador FM
Vagner Souza/Salvador FM

O deputado estadual Cristian Escolano de Almeida (PRD), o “Binho Galinha”, segue respondendo a uma ação penal na 1ª Vara Criminal de Feira de Santana. No processo, ele figura como principal alvo, fator determinante para operação "El Patron", que aponta o deputado como chefe de uma suposta milícia na região de Feira.

A organização criminosa é apontada pelo Ministério Público como atuante na prática de receptação, contravenção do jogo do bicho, extorsão, agiotagem, lavagem de capitais e outros delitos. Os crimes seriam perpetrados desde 1990, mas o deputado teria assumido a liderança do grupo em 2013, a partir do homicídio do bicheiro Oldair José da Silva Mascarenhas, conhecido como Dainho, e ex-sócio do deputado.

Em abril, a Al-Ba instalou um Conselho de Ética formado pelos deputados Alex da Piatã (PSD), Antonio Henrique Jr. (PP), Euclides Fernandes (PT), Marcelino Galo (PT), Vitor Bonfim (PV), Sandro Régis (UB), Samuel Junior (Republicanos) e Tiago Correia (PSDB). O conselho tem como função avaliar  qualquer queixa interna ou externa envolvendo seus pares em possível quebra de decoro. 

As análises feitas pelo Conselho de Ética resultam em pareceres, que vão da não aceitação da denúncia até a cassação de mandatos, passando por advertências ou suspensões temporárias. Nesta terça-feira (04), o presidente da Al-Ba, Adolfo Menezes (PSD), voltou a ser questionado pela equipe do Portal SALVADOR FM sobre em que pé anda o caso dentro da Casa legislativa. 

“Uma situação complexa, salvo engano, dois juízes já se declararam impedidos. Aqui na Assembleia sou presidente, mas não mando. Dependo dos membros que compõem essa casa. Cabe a mim provocar o líder da oposição e da minoria para que indiquem os membros para a comissão e isso já foi feito”.

Na avaliação de Adolfo, a legislação brasileira poderia prever que deputados fossem julgados sem precisar do crivo das Casas legislativas. 

"Digo sempre que é uma situação absurda do nosso país e do Congresso Nacional, quando eles querem, aprovam qualquer lei. No intuito de proteger a palavra, o que está correto, é salvaguardado que a câmara ou assembleia atuem. Mas não se pode misturar, não se pode colocar no mesmo barco certos tipos de crimes, como o de Brazão, no Rio de Janeiro, e esse daqui da Bahia, como imunidade".