Política

Acusado de matar Marielle diz que recebeu ajuda de Bolsonaro em 2009

Apesar de garantir que mal conhece Bolsonaro, Lessa confessou que ele o ajudou para que recebesse atendimento prioritário na ABBR

Reprodução/Twitter
Reprodução/Twitter

Policial militar reformado e principal acusado de assassinar a vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, o seu motorista Anderson Gomes, Ronnie Lessa admitiu em entrevista recente que foi ajudado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2009.

Apesar de garantir que mal conhece Bolsonaro, Lessa confessou que o então deputado federal o ajudou para que recebesse atendimento prioritário na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR).

Aos 51 anos, Lessa foi preso em sua casa, que fica no mesmo condomínio onde mora o presidente Bolsonaro. O ex-PM está detido na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.

Segundo o suspeito de matar Marielle, Bolsonaro era uma espécie de "patrono" da associação e deu prioridade a ele por "gostar de ajudar quem é da polícia". Ronnie Lessa teve a perna amputada após uma bomba explodir dentro do seu carro.

Em nota, a ABBR informou que na época em que Lessa foi atendido, "não havia regulação de atendimento de consultas e tratamentos pelo Sistema SISREG e, assim, as portas da Instituição eram abertas ao público (…) não necessitando de indicação ou ingerência de quem quer que seja, pois é uma característica da Instituição fornecer tratamento igualitário a todos".

Ele também negou na entrevista que seja o autor da morte da vereadora do PSOL. Lessa acusou o ex-capitão Adriano da Nóbrega, considerado o chefe da milícia "Escritório do Crime", morto em operação policial no interior da Bahia, em 2020.

Segundo Lessa, Adriano já estava em um nível que não executava pessoalmente os crimes, mas mantinha um grupo sob sua tutela.

"[…] estava num patamar em que não entrava mais num carro para dar tiro em ninguém, mas tenho quase certeza de que o grupo dele fez", disse.