Após a nomeação do deputado João Roma (Republicanos-BA) como ministro da Cidadania, o presidente do DEM, ACM Neto, disse a aliados que Jair Bolsonaro ganhou um inimigo e que atuará para levar a maioria do partido para a oposição ao mandatário.
O parlamentar foi nomeado a contragosto do ex-prefeito de Salvador, de quem é amigo e afilhado político. Neto queria evitar ser atrelado ao governo. Antes, declarava-se independente. Agora, tem dito que não poupará críticas a Bolsonaro.
ACM Neto pediu tanto ao Planalto como ao deputado que ele não virasse ministro. Depois da operação fracassada, a ira do dirigente do DEM é tanta que ele disse a pessoas próximas que trabalhará para demitir indicados por Roma a cargos em Salvador.
Afirmou ainda fazer questão de minar o capital político que seu ex-chefe de gabinete tem na Bahia.
Aliados do ex-prefeito reclamam de Onyx Lorenzoni (DEM-RS), agora na Secretaria-Geral da Presidência. Dizem que ele pressionou Bolsonaro pela nomeação de Roma. Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), por sua vez, foi poupado. Parlamentares dizem que ele de fato atuou pelo presidente do DEM.
O pano de fundo do desconforto é uma crise interna que ele enfrenta no DEM, que tem como mote a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados.
Na quinta (12), após a nomeação, o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) questionou o caráter de Neto nas redes sociais, dando uma indireta de que ele teria indicado Roma e se aproximado do governo Bolsonaro.
Maia criticou o ex-prefeito quando DEM deixou de apoiar Baleia Rossi (MDB-SP), candidato apoiado pelo ex-presidente da Casa e advsersário de Arthur Lira (PP-AL), aliado do Palácio do Planalto.
O deputado considerou a atitude de Neto uma traição e afirmou que sairá do partido.
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