Política

Acareação não é importante para provar prevaricação do presidente, dizem senadores

Para o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), no entanto, essa data não tem importância para provar crime de prevaricação por parte do presidente

Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Uma possível acareação entre a diretora da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, e o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, irmão do deputado Luis Miranda (DEM-DF), pode não acrescentar muito à CPI. Essa é a avaliação de senadores que se pronunciaram após a reunião desta quarta-feira (14), em que Emanuela foi ouvida.

A divergência está nas datas em que ela teria enviado invoice (nota fiscal em negociações internacionais) ao ministério da Saúde. A questão da data do documento está relacionada à reunião de Luis Ricardo e de seu irmão com o presidente da República, Jair Bolsonaro, ocorrida no dia 20 de março. No encontro, os dois teriam relatado irregularidades nas negociações da compra da vacina Covaxin. Após duas semanas de silêncio sobre o depoimento dos irmãos Miranda à CPI, Bolsonaro confirmou a reunião.

Para o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), no entanto, essa data não tem importância para provar crime de prevaricação por parte do presidente e é preciso avaliar se uma acareação acrescentaria algo relevante à CPI.

"Se a gente está tentando avaliar se aconteceu ou não prevaricação por parte do presidente da República, o documento não é relevante. A prevaricação decorre da comunicação [da irregularidade]. A comunicação já aconteceu e inclusive foi reconhecida pelo próprio presidente. O que temos que apurar, na verdade, é se ocorreu algum desdobramento, ou seja: se o presidente efetivamente tomou providências ou se ele prevaricou [deixou de agir sabendo das irregularidades]", disse o senador.