
O Sindicato da Polícia Civil da Bahia (Sindpoc) publicou uma nota oficial, nesta quinta-feira (13), repudiando a abertura de uma sindicância para investigar um policial que apareceu em um vídeo dançando durante o Carnaval de Salvador, neste ano.
Na nota, o Sindpoc enfatiza que a ação de investigar o policial por causa da dança causa um efeito de afastamento entre a polícia e a população.
“A sociedade quer policiais humanos, próximos e respeitados, e não agentes reféns de uma burocracia que distancia a polícia da população”, afirma a entidade.
Também é citado no texto que o vídeo causou grande repercussão positiva entre os internautas, sendo até mesmo publicado em rede social pela Secretaria de Segurança Pública do estado. Segundo o sindicato, a postagem da SSP-BA “exaltava a integração das forças de segurança durante o Carnaval (…) demonstrando equilíbrio entre o trabalho e a leveza que a ocasião permite”.
Assistência jurídica
O Sindpoc também declarou que irá assegurar a assistência jurídica necessária ao policial investigado.
Reafirmamos nosso compromisso incondicional com a defesa do policial envolvido, assegurando-lhe toda a assistência jurídica necessária. Não permitiremos que esse episódio se transforme em um instrumento de injustiça e desmotivação. “Os Sindicatos esperam que a gestão da Polícia Civil se sensibilize e reavalie a instauração da sindicância”, declarou.
Confira a nota na íntegra e vídeo no final do texto:
“As Entidades Sindicais que representam os Policiais Civis da Bahia vêm a público expressar total apoio ao investigador de polícia que, no legítimo exercício de sua função, foi surpreendido com a instauração de uma sindicância devido a um vídeo em que aparece dançando por três segundos durante o Carnaval de Salvador.
Repudiamos essa medida com veemência, pois representa não apenas um ataque à dignidade do profissional envolvido, mas também um retrocesso na construção de uma Polícia Civil mais próxima da sociedade, humana e integrada à cultura e às tradições do nosso povo. O Carnaval da Bahia é um patrimônio cultural, onde segurança e alegria caminham juntas. Nossos policiais, além de garantirem a ordem e a proteção da população, fazem parte dessa festa e dessa cidade. Ser policial não é apenas seguir protocolos rígidos; é, acima de tudo, entender o contexto social em que se está inserido e cumprir sua missão com compromisso e empatia.
O ato registrado no vídeo não compromete a imagem da Polícia Civil. Pelo contrário, demonstra um profissional acessível, pertencente à sua comunidade, que interage sem perder o foco na segurança pública. O próprio clamor social, evidenciado em milhares de manifestações nas redes, escancara a desproporcionalidade da sindicância instaurada. A sociedade quer policiais humanos, próximos e respeitados, e não agentes reféns de uma burocracia que distancia a polícia da população.
Diante dos enormes desafios da segurança pública na Bahia, o foco da instituição deve estar na valorização de seus profissionais, no combate ao crime e na proteção dos cidadãos, e não em punir um servidor por um ato que, em nada, compromete sua conduta profissional ou a ordem pública. Ao contrário, essa ação reforça a proximidade da polícia com a sociedade e fortalece a confiança mútua entre aqueles que protegem e aqueles que são protegidos.
É ainda mais preocupante constatar que o próprio vídeo que motivou a sindicância foi anteriormente publicado pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (@bahiassp), em uma postagem oficial que exaltava a integração das forças de segurança durante o Carnaval, destacando momentos de interação entre policiais e a população, demonstrando equilíbrio entre o trabalho e a leveza que a ocasião permite.
Reafirmamos nosso compromisso incondicional com a defesa do policial envolvido, assegurando-lhe toda a assistência jurídica necessária. Não permitiremos que esse episódio se transforme em um instrumento de injustiça e desmotivação.
Os Sindicatos esperam que a gestão da Polícia Civil se sensibilize e reavalie a instauração da sindicância, corrigindo essa medida desproporcional e reafirmando o compromisso da instituição com uma polícia valorizada, justa e conectada com a sociedade que serve.”
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