Polícia

Sem emprego, quase 90% dos presos em regime semiaberto na BA não podem deixar unidades prisionais

Outros 2.206 detentos não têm ocupação.

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Presos do regime semiaberto representam, atualmente, 16,75% do total de detentos na Bahia (Foto: Aline Nascimento/G1)

Quase 90% do total de presos em regime semiaberto no estado da Bahia não podem deixar as unidades prisionais onde cumprem pena por não estarem empregados. A permissão para saída das carceragens para realização de atividades, além de uma progressão de pena, é uma forma de ressocialização. Sem ocupação, no entanto, a maioria dos internos que têm direito ao benefício permanecem atrás das grades, num regime fechado disfarçado de semiaberto.

Dados coletados junto à Secretaria de Administração Penitenciária da Bahia (Seap) no mês de outubro apontam que o estado possui 2.400 presos do sexo masculino e 70 do sexo feminino no semiaberto. Destes, apenas 264 internos exercem atividades laborativas e, assim, podem sair da carceragem para trabalhar em pequenas empresas instaladas dentro das próprias unidades prisionais ou em instituições e empresas fora da cadeia. Outros 2.206 detentos não trabalham.

Fontes ouvidas pela reportagem apontam que os presos encontram resistência dos empregadores por conta do histórico criminal, mas também afirmam que o Estado não faz valer um decreto que exige que empresas que se submetem a editais estaduais reservem 5% das vagas para detentos. Procurada, o gestão estadual não se posicionou sobre a crítica.

Os presos do regime semiaberto representam, atualmente, 16,75% do total de detentos na Bahia — o estado tem hoje uma população carcerária de 14.742 detentos. O trabalho externo é opcional para os que estão nesse tipo de regime. Ou seja, eles não são obrigados a ter uma atividade fora da cadeia, a menos que queiram sair da carceragem.
 

Dados passados ao G1 pela Seap durante o mês de outubro (Foto: Arte/G1)

Reprodução/G1 (AO)