Ele só queria ajudar, mas acabou virando vítima. O rapaz autor do vídeo que mostra um policial militar agredindo um jovem em Paripe no último domingo (2) não está mais ficando em casa após as ameaças indiretas que passou a receber por ter feito a filmagem. Com medo de se identificar, ele deu entrevista ao CORREIO por telefone acompanhado do advogado e de membros do Coletivo de Entidades Negras (CEN), do qual faz parte.
Segundo o rapaz, que é morador da região onde o fato ocorreu, há cinco meses ele também foi abordado de forma truculenta por PMs. “Fui chamado a entrar na viatura, queriam me algemar e me levar. Eu falei para eles que não era ladrão e eles disseram que, se eu não entrasse no carro, iria apanhar igual mala velha. Entrei na viatura sem ser algemado, mas fui com eles e teve troca de tiro lá na área comigo ainda dentro da viatura”, contou.
Ele diz que a atuação dos policiais no bairro onde nasceu e foi criado sempre foi violenta e que já presenciou outras pessoas sendo abordadas e insultadas por agentes por causa do cabelo e da forma de se vestir.
Correio/// Figueiredo