Os dois policiais mortos durante uma tentativa de assalto a um ônibus na BR-324, próximo a Pirajá, serão enterrados neste domingo (21). Agnaldo Almeida será sepultado no Cemitério do Campo Santo, às 11h. Já o enterro de Tayrone Carlos da Silva acontecerá no Bosque da Paz, às 15h.
O caso aconteceu em um ônibus da empresa Jauá, que seguia para Candeias. O coletivo tinha saído há apenas 20 minutos da rodoviária quando dois homens subiram na altura da Brasilgás, na BR-324, no sentido Feira de Santana. Segundo relato do motorista, que preferiu não se identificar, os assaltantes entraram no ônibus e seguiram para o fundo. Logo após deixar o ponto, um deles foi para frente do coletivo e abordou o motorista, pedindo o dinheiro das passagens. O outro ficou no corredor recolhendo os pertences dos passageiros.
“Ele viu que eu tinha contado o dinheiro, já veio gritando comigo: 'Cadê o dinheiro? E não dê sinal pra polícia senão você vai chupar'. Aí, eu entreguei, né?”, contou o motorista. Nervoso, ele disse que nunca tinha sido assaltado antes, apesar de já ter 16 anos de profissão.
Tiros
De acordo com o motorista, um dos assaltantes ficou no fundo do ônibus e depois que o segundo foi ao encontro dele é que começaram os tiros. O passageiro Adson Reis Freitas Junior, 25 anos, que foi baleado na ação, contou à polícia que um dos assaltantes percebeu um volume diferente na calça do policial civil e pediu que ele levantasse a camisa. Agnaldo, que estava indo trabalhar em Candeias, obedeceu a ordem do criminoso. Ao perceber a arma, o assaltante o atacou, eles entraram em luta corporal e o policial foi golpeado com uma faca, depois de ter a arma apreendida.
Ao ver que um homem estava sendo golpeado por um dos bandidos, o PM reagiu. A esposa de Tayrone, Cecília Porfíria da Silva, que estava ao lado dele no ônibus, contou que o marido resolveu ajudar e acabou sendo atingido: “O que estava na frente não tinha arma, mas o outro que estava no fundo tinha uma faca. Quando ele viu o homem sendo esfaqueado, levantou já com o revólver na mão. Foi aí que o bandido pegou arma do outro policial e atirou em meu marido”.
Logo após a confusão, os dois suspeitos fugiram pela BR-324, mas foram identificados pela polícia com ajuda de imagens das câmeras de segurança do ônibus. Após balear os dois policiais, os suspeitos queriam descer do coletivo de qualquer jeito e tentaram sair pela janela. “Eles ficaram agoniados, queriam sair do ônibus. Um deles subiu em mim para tentar sair”, contou o motorista apontando para o braço sujo de sangue.
Ambulâncias do Serviço de Atendimento de Urgência (Samu) estiveram no local, mas os policiais já estavam sem sinais vitais. O passageiro identificado como Adson foi atingido no braço e na perna esquerda e foi socorrido por uma ambulância da Via Bahia para o Hospital do Subúrbio, onde permanece internado. Não há informações sobre ele.
Operação
Os suspeitos conseguiram fugir, mas a polícia montou uma operação para prendê-los. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública, informou que o secretário Maurício Teles Barbosa determinou prioridade na apuração do caso, que será investigado pela força-tarefa da SSP. O delegado Odair Carneiro, que comanda a força-tarefa, esteve no local do crime na manhã de ontem para colher informações. Todas as companhias da Rondesp, a Operação Gêmeos, os esquadrões Águia e Garra, além de equipes da 50ª Companhia Independente da PM (Sete de Abril) e da 31ª CIPM (Valéria), estão nas buscas dos criminosos.
A Polícia Civil também participa da ação com equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Grupo Especial de Repressão a Roubos de Coletivos (Gerrc).
Reprodução: Ibahia