Indignos

Policiais militares lideravam organização criminosa que movimentou R$150 milhões

Segundo informações da Polícia Civil, o grupo criminoso atuava com tráfico de drogas, lavagem de capitais, além de extorsão mediante sequestro

Vagner Souza / PS Notícias
Vagner Souza / PS Notícias

Dois policiais militares, presos durante a operação “Indignos”, são apontados como lideranças de uma organização criminosa que movimentou cerca de R$150 milhões. Segundo informações da Polícia Civil, o grupo criminoso atuava com tráfico de drogas, lavagem de capitais, além de extorsão mediante sequestro.

As investigações contra a organização foram iniciadas em 2023, após o sequestro e morte de Ivan de Almeida Freitas. O homem foi sequestrado em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS) e teve o corpo encontrado em Salvador. A família da vítima chegou a pagar R$200 mil pelo resgate, mas os homem foi morto mesmo assim.

Segundo informações do delegado Adailton Adam, responsável Delegacia de Repressão à Extorsão Mediante Sequestro, Ivan era líder da mesma organização criminosa e o seu sequestro e morte foram realizados para que os policiais assumissem o comando.

“A investigação se iniciou no dia 3 de agosto, com a morte do Ivan de Almeida, que era um traficante. Ele foi atraído por parceiros que eram policiais e faziam parte dessa organização criminosa. Então, enxergamos a morte dele como uma tomada de poder. Ele foi sequestrado e morto para que a organização pudesse trocar de chefe”, disse.

Drogas no Porto

Ainda segundo o delegado Adam, um dos policiais militares trabalhava também no Porto de Salvador como estivador. A Polícia Civil identificou que ele tinha fácil acesso a contêineres carregados de drogas e armas.

“Um dos policiais presos também é estivador e tem uma empresa de transporte no Porto. Isso facilitava a entrada dele na área do Porto, Identificamos que as drogas eram guardadas também na empresa dele e depois era distribuída para Salvador e Região Metropolitana”, disse.

O delegado também contou que o policial realizava falsas denúncias anônimas à polícia, para ter acesso ao material ilícito.

“Eles davam a informação para que a polícia fosse fazer a apreensão no Porto. Só que eles já tinham o conhecimento onde as drogas estavam e retiravam parte dela para comercializar”, completou.

A operação

A investigação é fruto de um ano de monitoramento e análise minuciosa de informações, que permitiram identificar os suspeitos e seu envolvimento nas atividades criminosas. 

Ao todo foram cumpridos seis mandados de prisão, 26 mandados de busca e apreensão e ocorreram duas prisões em flagrantes. As ordens judiciais foram cumpridas na Bahia, São Paulo, Paraná, Amazonas e Ceará.

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