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Polícia conclui que autoria do homicídio contra médico em Barra foi intelectual

Delegados afirmam ainda que o suspeito do crime teria criado a situação de assédio contra sua esposa

Reprodução
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A Polícia Civil da Bahia concluiu em inquérito que a autoria do homicídio cometido contra o médico pediatra Júlio César de Queiroz Teixeira, em setembro deste ano, foi intelectual. Durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (25), o coordenador da 14ª Coorpin/Irecê, delegado Ernandes Reis Santos Júnior detalhou o caso e afirmou que diante de todos os interrogatórios, o crime foi motivado a partir de uma criação mental do mandante, identificado como Diego Cigano. 

As primeiras informações deram conta de que o médico Júlio César de Queiroz teria assediado a esposa de Diego Cigano durante uma consulta com o filho deles. Fato que, segundo a polícia, não 
ocorreu. 

“O filho dele e sua esposa estiveram na clínica algumas vezes. Na última consulta realizada, no dia 17 de setembro, ele [Diego Cigano] imaginou que o médico teria olhado para os seios da sua esposa. Fato que não ocorreu, porque o médico trabalhava com sua esposa e ele [Diego] já tinha histórico de relacionamento abusivo”, explicou o delegado.  Segundo ele, após ouvir os envolvidos no caso foi comprovado que não houve assédio. “Essa foi a motivação para mandar seus amigos executarem o médico”. 

Durante o depoimento na delegacia de Barreiras, onde se entregou, após ficar dias foragido, o suspeito intelectual exerceu o seu direito constitucional de permanecer em silêncio. Com isso, a polícia usou outras linhas de investigação para elucidar o crime. A polícia afirma ainda que Cigano é investigado por outros delitos que não puderam ser revelados. 

O delegado Ernandes Reis disse ainda que a polícia chegou a essa conclusão com técnicas de investigação e, além disso, “no interrogatório de todos os envolvidos foi dito que a motivação seria essa. Foi comprovado o filho de Diego Cigano e já tinha sido atendido diversas vezes, pois tinha problema no joelho. Todos na cidade afirmaram que ele contratava olheiros pra vigiar sua esposa. Assediava e perseguia sua companheira. Ele já vinha de uma relação abusiva e criou o motivo do crime na cabeça”, complementou. A esposa de Cigano também foi ouvida.

Cinco pessoas foram presas no caso. Além de Diego, um homem e uma mulher apontados como “olheiros” da clínica, o autor dos disparos – que teria recebido dinheiro de Cigano para matar o médico -, e um motorista de mototáxi que conduziu o autor dos tiros, identificado como “Galego” até a clínica. Todos foram ouvidos pela polícia. 

A coletiva de imprensa também contou com outros titulares, responsáveis pela investigação. O titular da Delegacia Territorial de Barra, delegado Jenivaldo Rodrigues Ataíde Santos e a diretora do Departamento de Polícia do Interior, delegada Rogéria da Silva Araújo.

O CASO 

O caso também foi detalhado pelo delegado Jenivaldo Rodrigues. Segundo o titular da Delegacia Territorial de Barra, no dia 23 de setembro, às 8h28 uma pessoa [Galego] entrou no consultório de Júlio César e efetuou quatro tiros de revolver, que vitimou o médico. “A Polícia Civil, tomando conhecimento desse fato, deu início à investigação e o primeiro passo foi chamar o Departamento de Polícia Técnica (DPT) e apoio policial. Depois começamos a coletar câmeras de vídeo da cidade, procurando um itinerário por onde os autores pudessem passar”. 

Desde essa data, de quinta a domingo foram realizadas essas investigações e na segunda-feira (27/09), Galego foi encontrado. “Trouxemos Galego para a delegacia, preso e, de tarde, começamos a interrogar. Ele confessou que teria um participante, que é o moto táxi que estava pilotando a moto. Identificamos o motorista que também foi conduzido para a delegacia”, detalhou Jenivaldo. 

“A arma do crime não chegou a ser apreendida, mas todos os recursos em direito foram utilizados nessa investigação. Coletou as impressões digitais, a melhoria das imagens que foram coletadas no ambiente e outros recursos”, complementou a diretora do Departamento de Polícia do Interior, delegada Rogéria da Silva Araújo.

Segundo a delegada, o pediatra era querido, respeitado por todos na cidade e “todas as informações são devidamente checadas. Nós só pudemos levar aos atos o que foi comprovado e checado pelas pessoas que foram interrogadas”, reforçou Rogéria Araújo. 

A delegada afirmou ainda que Cigano foi acusado por homicídio qualificado. O caso agora segue para o Ministério Público do Estado.