A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta quinta-feira (6) três mandados de prisão preventiva contra suspeitos da morte de um adolescente indígena Pataxó de 14 anos na cidade de Prado, no Extremo-Sul da Bahia, no início de setembro.
Durante a operação foram realizadas apreensões de armas, notebook, celular e material biológico.
Segundo a PF, as investigações seguem em segredo de Justiça. A operação tem como objetivo colher provas que, após análise, possam contribuir para o completo esclarecimento dos fatos. A operação é coordenada pela Corregedoria Geral da SSP/BA.
Gustavo Conceição foi assassinado com um tiro na cabeça durante a invasão de pistoleiros a uma área ocupada pelo grupo Pataxó da Aldeia Alegria Nova, no Território Indígena Comexatiba.
O terreno fica localizado em uma fazenda, mas dentro de uma área que já foi demarcada pela Funai como território indígena. No entanto, há quase uma década os Pataxós esperam a homologação da área para que seja formalizado o processo demarcatório e garantam a segurança dos povos originários.
A tensão na região se acumula há décadas, desde a promulgação da Constituição Federal em 1988 que reserva o direito à terra aos indígenas.
No governo Bolsonaro, contudo, a promessa de que não iria demarcar "nem um centímetro" e aceno a garimpeiros e grileiros, fez crescer os conflitos. Na Bahia, a situação no Extremo-Sul é a pior, com casos recorrentes de violência contra Pataxós que residem entre as cidades de Prado, Porto Seguro e Ilhéus.