A Polícia Federal declarou guerra ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Em um processo no TCU sobre a compra de imagens de satélites, a PF diz que o Inpe provoca desinformação contra novas iniciativas para não perder a hegemonia da narrativa e do conhecimento do desmatamento no Brasil.
No ofício, a polícia afirma que o trabalho do órgão é insuficiente e não atende à demanda da segurança pública. A PF compara o Inpe aos taxistas, que tentaram proteger seu mercado de atuação impedindo a entrada da Uber.
Como mostrou o Painel nesta sexta (18), a ministra Ana Arraes, do TCU, suspendeu o contrato da PF com a Planet, que fornece imagens de satélites. Ela afirmou que o sistema, em tese, não agrega vantagens em relação aos que já são usados pelo Inpe ou gratuitos. O acordo custou R$ 49 milhões e foi bancado pelo Ministério da Justiça.
A PF já utilizava as imagens no Amazonas e requisitou recursos ao ministro André Mendonça para expandir o programa para outros locais. Delegados e peritos afirmam que a Planet oferece a melhor resolução temporal e de imagem do mercado, sendo útil para outras investigações, além das ambientais.
A PF já utilizava as imagens no Amazonas e requisitou recursos ao ministro André Mendonça para expandir o programa para outros locais. Delegados e peritos afirmam que a Planet oferece a melhor resolução temporal e de imagem do mercado, sendo útil para outras investigações, além das ambientais.
No ofício enviado ao TCU, a PF diz que técnicos do Inpe usam de desonestidade intelectual para desinformar a imprensa e conseguir impedir que novos sistemas sejam contratados. Afirma ainda que constatou que o sistema do Inpe gera alertas de desmatamento com atraso superior a três meses.
Na decisão, a ministra pede informações à Polícia Federal, ao Ministério da Justiça e também ao Inpe, para saber se os serviços são de fato redundantes. Ela vai avaliar se o contrato deve ser anulado. A PF diz que, enquanto isso, operações contra queimadas vão ficar prejudicadas.
Folha/// Figueiredo