Polícia

Pentagrama é símbolo de facção que atua na Bahia

Pichação em muro de Pernambués traz estrela símbolo da Katiara

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Pichação em muro de Pernambués traz estrela símbolo da Katiara - Foto: Divulgação | Alden José Lázaro da Silva

 

Aparentemente inofensiva, a imagem de um pentagrama com as letras PCRFNK é o principal símbolo da facção criminosa Katiara. Mais do que isso, a imagem representa a identificação entre os membros da quadrilha, que costumam tatuá-la no lado esquerdo do peito.

As letras são a sigla para Primeiro Comando Recôncavo Facção Nazaré Katiara, primeiro nome do bando, de acordo com Alden José Lázaro da Silva, especialista em análise criminal e autor da cartilha de orientação policial ‘Linguagens Simbólicas do Crime’, que reúne as facções atuantes na Bahia.

“Todos os membros da Katiara tatuam esse símbolo. É obrigatório. Inclusive, é algo determinado no estatuto da facção”, afirmou Silva. O especialista informou ainda que, antigamente, o pentagrama com as iniciais da facção era acompanhado por uma coroa na parte superior da imagem. “Hoje já não se vê mais a coroa”, afirmou Silva. “Esse símbolo é inspirado em grupos criminosos que atuam na América Latina e nos Estados Unidos, cujos símbolos também possuem as iniciais do nome da gangue”, completou.

Investigações feitas por policiais da Delegacia de Nazaré (distante 74,9 Km de Salvador) indicam que o pentagrama com as letras PCRFNK geralmente é tatuado por integrantes que ocupam cargo de liderança no grupo. “Essa estrela é tatuada no peito pelos integrantes com alto nível hierárquico dentro da facção, como os gerentes, por exemplo. Essa tatuagem é o que identifica os líderes”, afirmou o delegado Marcos Maia, titular da Delegacia de Nazaré.

Iniciais dos idealizadores

Para o delegado Marcos Maia, as letras no pentagrama representam as iniciais dos idealizadores da Katiara. No último dia 11, o delegado prendeu Urias Lucas Costa de Lima, 18, o Palestina, que possui a marca tatuada no peito esquerdo. “Ele possui papel de destaque na organização. É um dos braços fortes, um dos gerentes”, afirmou o delegado.

Além da tatuagem, os integrantes da Katiara são identificados, no bando, por um número. “O intuito é dificultar a identificação pela polícia e para não serem pegos em escutas telefônicas”, explicou Alden da Silva. “Roceirinho é o número 33”, afirmou o delegado Marcos Maia.

A Katiara foi criada por Adílson Souza Lima, o Roceirinho, que comanda a facção de dentro do sistema prisional. Ele é da cidade de Nazaré, onde trabalhava na roça – daí o apelido. Segundo o delegado Maia, aos 18 anos, ele virou ‘avião’ do tráfico e, tempos depois, queria agir de forma independente. Acabou expulso da cidade pelo então chefe do tráfico local.

( A Tarde) (AF)