Erivelton de Assis Santos, 22 anos, morto nesta quarta-feira (25) pela Polícia Militar no bairro da Santa Cruz, em Salvador, já tinha sido preso no ano passado por porte ilegal de arma, durante uma operação da Coordenação de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil. Na época, ele chegou a atirar contra os policiais, segundo informou a Secretaria da Segurança Pública (SSP). Familiares de Erivelton negam que ele tinha ligação com o tráfico de drogas.
Ele foi morto nesta quarta, segundo a SSP, "ao tentar intimidar as forças de segurança". O suspeito foi baleado por policiais do Pelotão Especial Tático Ofensivo (Peto) da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Nordeste de Amaralina). Socorrido ao Hospital Geral do Estado (HGE), Erivelton não resistiu aos ferimentos.
Com ele, a PM apreendeu um revólver calibre 38, munições para calibres 38, 9 mm e ponto 40, além de 90 pedras de crack e uma porção de maconha. Tudo que foi apreendido foi levado à Corregedoria da Polícia Militar.
“Sempre que um criminoso tentar medir esforços com a polícia, a resposta será enérgica. Patrulhamos todas as ruas da Santa Cruz e continuaremos com esse trabalho de combate ao tráfico de drogas”, diz, em nota, o comandante da 40ª CIPM, major Amilton Sousa Teixeira Júnior.
Outra versão
Familiares contaram que Erivelton estava trabalhando como pedreiro, saiu para ir a uma venda e, ao retornar, encontrou a polícia no local. Ele foi baleado pelos policiais pelo menos três vezes. Socorrido, não resistiu. A família diz que Erivelton não tinha envolvimento com tráfico de drogas ou outros crimes. Solteiro, Erivelton era o caçula de nove irmãos. Uma das irmãs dele foi assassinada há cerca de um ano.
Tio dos dois, o pedreiro Almir Francisco dos Santos, 57, confirmou a versão. “Ele estava trabalhando comigo. Peguei um serviço para rebocar uma casa na Rua Onze de Novembro, e passamos o dia juntos. Quando foi umas 15h ele saiu para comprar pacaia, um cigarro que ele usava, e na volta encontrou com a polícia. Eu estranhei a demora dele em voltar, e quando fui ver o que estava acontecendo, soube que ele foi baleado na porta de casa”, contou ao CORREIO
Sem ônibus
Os ônibus urbanos que circulam pela Santa Cruz pararam de ir até o final de linha do bairro na tarde desta quarta-feira (25). O diretor de Saúde e Segurança do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, Pedro Celestino, confirmou que um ônibus foi incendiado dentro do bairro durante uma manifestação contra a morte de um morador, por volta das 16h30.
"A resposta deles é queimar ônibus. Neste momento, já deslocamos o final de linha para o Parque da Cidade e estamos pedindo apoio da polícia para retirar cinco carros que ainda estão lá dentro do bairro. Estamos indo para lá agora com uma pessoa da diretoria do sindicato", informou. Ele não soube dizer de que linha é o ônibus incendiado.
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