A comoção pela morte de Milena Alves, 10 anos, levou centenas de pessoas ao enterro em Camaçari, na região metropolitana de Salvador. A mãe da menina, Ana Conceição Alves, teve de ser amparada desde o início do velório. "Me acorda desse pesadelo, eu não sei o que fazer", lamentou a mãe para uma amiga, pedindo em seguida para as pessoas orarem por Milena.
A garota foi estuprada e morta na casa onde morava com a mãe e o irmão de 4 anos, no bairro Gleba A. O corpo da vítima foi encontrado pela mãe na quinta-feira (17), por volta das 17h30, com marcas de asfixia. "Eu e ela éramos duas em uma, a gente conversava só no olhar. E agora acabou".
De acordo com fontes da Polícia Civil, um adolescente de 17 anos, que morava numa casa próxima à da família, é o principal suspeito do crime. Ele está foragido.
Sepultamento de Milena Alves
Milena foi descrita por amigos e conhecidos como uma menina tímida e inteligente. "Ela era muito educada, muito responsável e muito madura, até no jeito de falar, a gente percebia. Era a criança mais comportada que ia lá em casa", disse uma vizinha de 16 anos, irmã de uma das amigas de Milena.
Vizinhos destacam também o cuidado que a mãe tinha com a filha. "A mãe era tão cuidadosa, nunca deixava ela ficar muito tempo lá em casa", disse a jovem de 16 anos.
A psicóloga Gisa Benevides, 34, estava emocionada no enterro. Ela conta que não conhecia a menina, mas compareceu ao velório para prestar apoio à mãe. "Sou mãe e mulher, é o suficiente para eu estar aqui. Eu tô arrasada." Ela conta que psicólogas da cidade entraram em contato com a chefe da Ana se colocando à disposição para ajudá-la.
Correio // A F