Polícia

Mãe que matou bebê e guardou corpo por 5 anos tem nova prisão decretada

Ordem refere-se ao homicídio; ela já está detida por ocultação de cadáver

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 src=O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª vara Criminal de Goiânia, decretou nesta segunda-feira (22), a prisão preventiva da professora que confessou ter matado a filha recém-nascida e escondido o corpo em uma caixa por 5 anos. A ordem refere-se ao crime de homicídio. A mulher, que tem 37 anos, já está detida por conta da ocultação de cadáver, outro delito pelo qual também responde no caso.

De acordo com o magistrado, se a decisão não fosse tomada, criaria um "senso coletivo de impunidade", que poderia resultar em mais condutas criminosa praticadas pela mulher, "pondo em risco a paz e a incolumidade pública”.

O advogado da mulher, Marcell Evelin de Paula, disse que vai recorrer da decisão.

A professora deu à luz uma menina em março de 2011, em Goiânia. A criança nasceu saudável e, um dia após o parto cesárea, realizado em uma maternidade particular da capital, ela recebeu alta. O homicídio só foi descoberto no último dia 9, após o ex-marido ir até o escaninho do apartamento buscar alguns pertences pessoais e encontrar uma caixa com o corpo.

Para Alcântara, a investigação concluiu que a professora premeditou o crime, pois “nunca se preparou para a gestação, não realizou pré-natal e tampouco comprou enxoval para receber a recém-nascida”. Se for condenada, ela pode pegar até 33 anos de prisão.

Indiciamento
A mulher foi indiciada por homicídio triplamente qualificado, pois foi cometido por asfixia, motivo torpe e de forma a dificultar a defesa da vítima e ocultação de cadáver. A delegada que presidiu o caso, Ana Cláudia Stoffel, acredita que o crime foi premeditado.

"Pelo que apuramos, ela agiu de forma planejada, pois não tinha se preparado para a gravidez. Não tinha enxoval e não fez acompanhamento Pré-natal. Tudo indica que ela já ia tomar essa atitude, que ela queria matar a criança mesmo antes dela nascer", disse ao G1.

 Confissão em vídeo
Um vídeo feito pela Polícia Civil mostra o depoimento da suspeita. Na gravação, a ela dá detalhes de como cometeu o crime, diz que não queria fazer mal à criança. No entanto, descreveu como asfixiou o bebê.

"Na rua, andando, eu não sabia mais o que fazer. Ela começou a chorar. Estava começando a chover. Eu olhava para ela, depois ela dormiu de novo [respira fundo]. Apertei o narizinho dela", disse.

No registro, a mulher chora por diversas vezes. Quando deixou a maternidade com a filha nos braços, a mulher contou que pegou um táxi e parou em uma praça "sem saber o que fazer". Nesse momento, alegou que não tinha intenção de matar a filha, mas diz que ficou com "medo".

Logo em seguida, a mulher afirmou que tem consciência do que fez, mas que é uma boa pessoa. "Eu sei que feri alguém, mas o senhor pode me perguntar, sou uma excelente mãe e sempre fui", comentou.

Marido fez vasectomia
A mulher contou à polícia que o marido, de quem ela se separou em 2015, era ausente, que viajava muito e não tinha conhecimento da gestação.

"A mãe confessou que, desesperada, com medo que o marido descobrisse a traição, porque ele já tinha feito vasectomia, e sem jeito de levar a criança para casa, asfixiou a menina e guardou o corpo dentro do guarda roupa dela por 20 dias", disse a delegada.

O marido já foi ouvido pela polícia e negou que soubesse da gravidez. Ele disse que acompanhou a professora algumas vezes ao médico, mas acreditava que ela estava fazendo um tratamento hormonal.

Reprodução: G1