A mãe da jovem de 20 anos, que caiu do carro em movimento e foi atropelada em Itapetinga, no sudoeste da Bahia, falou ao G1 que a situação foi tramada pelo companheiro da filha.
"Foi uma armação. Ele inventou que o pai dela tinha passado mal. Eles pegaram o carro e, em vez dele seguir para a casa do pai dela, ele pegou a pista no sentido Macarani. Foi lá que ele fez isso", disse Elma Rocha na manhã desta quarta-feira (21).
A suspeita da polícia é de que a vítima tenha pulado do veículo após uma discussão com o companheiro e que, após a queda, ele tenha passado o carro sobre Kaleane Prates.
Identificado como Carlos Alexandre Rocha, de 24 anos, o suspeito se apresentou à polícia acompanhado de um advogado 48 horas após o caso, que ocorreu no dia 13 de março, o que evitou o registro do flagrante.
Segundo o delegado Irineu Alves, que investiga a situação, ele confirmou que a vítima pulou do veículo e alegou que o atropelamento posterior foi acidental.
Devido à ausência do flagrante, ele foi liberado, mas o delegado afirmou que irá fazer o indiciamento por tentativa de feminicídio e pedir a prisão do suspeito. Não foi informado um prazo.
O G1 não conseguiu contato com o companheiro da vítima até a publicação desta reportagem.
Oito dias após o caso, Elma diz que o estado de saúde da filha é gravíssimo. Ela detalha que Kaleane segue desacordada e que tem respiração mantida com auxílio de oxigênio. Internada na UTI do Hospital Geral de Vitória da Conquista, também na região sudoeste, a vítima sofreu traumatismo craniano, precisou retirar o baço, suturar o fígado e ainda teve perfurações nos dois pulmões.
"O estado dela é gravíssimo. Está nas mãos de Deus. A dor que ela está sentindo, eu estou sentindo. Eu quero Justiça".
A mãe da vítima diz que Kaleane começou a namorar com o suspeito aos 13 anos e que, desde então, eles moram juntos. Elma acrescenta que a filha estava querendo se separar e que o companheiro dela era ciumento e agressivo.
"Ele sempre ciumava muito dela. O pessoal comentava que ele judiava dela, agredia, puxava o cabelo e sempre ameaçava. Eu não via, porque moramos um pouco longe uma da outra" .
Fonte: G1 // AO