O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), comentou a postagem do secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, que, em seu perfil no X (antigo Twitter), criticou a Justiça e a legislação brasileira pela soltura de pessoas do sistema prisional.
O titular da pasta, na publicação, deu como exemplo o caso da jovem Larissa Pinheiro, que morreu no último sábado (22), oito dias depois de ser atingida por uma bala perdida durante um confronto entre policiais e bandidos na Avenida Paralela, em Salvador. O caso aconteceu na manhã do dia 14 de março.
“A dor e revolta da família são também a minha e de toda a sociedade baiana. Os dois envolvidos na morte de Larissa possuíam histórico criminal. Um deles estava no sistema prisional e foi colocado em liberdade, em 2023. Todos sabem do nosso empenho e investimentos na Segurança Pública, mas, em paralelo, precisamos de uma revisão urgente do nosso Código Penal. Peço ao Poder Legislativo, em especial aos nossos deputados e deputadas federais, além dos senadores, que juntos possamos propor mudanças nas leis”, escreveu Werner.
Ao ser questionado sobre o tema, em coletiva de imprensa, Jerônimo se manifestou.
“Eu sou governador, eu não posso ficar tirando pedra na Justiça, no Ministério Público, na Defensoria. A sociedade pode cobrar, a imprensa pode denunciar. Meu papel é de sentar e juntar as forças. E nós fizemos isso, a decisão de criarmos, através da Assembleia Legislativa, uma lei que criou o programa Bahia da Paz”, afirmou.
“O Bahia da Paz é quem traz as possibilidades de fazer os ajustes, tanto na hora e na forma da prisão, quanto na hora e na forma de julgar ou de soltar. Eu não concordo com Ministro que fica apontando que o erro é a forma como é presa, ou que alguém diga assim, é a forma como solta, essa disputa não ajuda a resolver, não ajuda o Executivo que prende […] Ficar condenando, criticando a Justiça que solta. A gente senta na mesa como instituições civilizadas que recebem dinheiro, é dinheiro público, o povo paga para que a gente possa trabalhar de uma forma mais adequada possível”, completou o governador da Bahia.