O mês de junho terminou com 121 pessoas mortas por disparos de arma de fogo em Salvador e municípios da Região Metropolitana (RMS). É o que aponta o relatório mensal do Instituto Fogo Cruzado. De acordo com o levantamento, 42 foi o número de feridos. O total de mortes em um mês é o maior registrado pelo Instituto desde que iniciou o mapeamento na Bahia, em 2022.
Segundo o relatório junino, 155 tiroteios foram registrados pela plataforma no sexto mês de 2023. O órgão destaca o número de adolescentes mortos por arma de fogo. Do total de 6 baleados, 5 foram mortos, aponta o mapeamento.
Na capital, cidade com maior número de casos, o FC contabilizou 111 tiroteios, 78 mortos e 29 feridos. Em seguida, Camaçari foi palco de 26 tiroteios, 26 mortos e 7 feridos. Lauro de Freitas aparece em terceiro lugar com 6 tiroteios, 4 mortos e 4 feridos. Os outros municípios com registros são Dias D'Ávila (4 mortos), Mata de São João (4 mortos), Simões Filho (3 mortos), Pojuca (1 morto), Vera Cruz (1 morto) e Candeias (1 tiroteio sem vítima).
"É necessário pensar num plano de segurança que tire o foco da coerção policial e que tenha no policiamento ostensivo sua única estratégia. É preciso focar na redução da letalidade e na diminuição dos tiroteios. É fundamental que se façam investimentos em políticas públicas direcionadas à juventude, pois, a violência armada afeta adolescentes de diversas maneiras, sendo o homicídio de membros da família e dos próprios adolescentes, um dos impactos mais perversos desse fenômeno", opina Larissa Neves, pesquisadora da Rede de Observatórios da Segurança na Bahia e da Iniciativa Negra.
Bairros mais afetados:
Fazenda Grande IV (Salvador): 6 tiroteios e 3 mortos
Federação (Salvador): 6 tiroteios, 5 mortos e 4 feridos
Beiru Tancredo Neves: 5 tiroteios e 1 morto
Verdes Horizontes (Camaçari): 5 tiroteios e 6 mortos
Fazenda Grande Retiro (Salvador): 4 tiroteios, 3 mortos e 2 feridos
Calabar (Salvador): 4 tiroteios, 1 morto e 2 feridos
Castelo Branco (Salvador): 4 tiroteios, 1 morto
Por não considerar dados oficiais, a Secretaria de Segurança Pública não emite posicionamento sobre os números apresentados pelo Fogo Cruzado.
