O Esquadrão Antibombas do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar já atendeu a 15 ocorrências envolvendo suspeita de explosivos na Bahia, de janeiro a agosto de 2017, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (7). Desse total, segundo a corporação, somente em três ocasiões a presença de bombas foi descartada, uma delas nesta segunda-feira (7), no Shopping da Bahia, que fica no Caminho das Árvores, em Salvador.
Em 2016, segundo o Bope, o esquadrão foi chamado para atender a 29 ocorrências com suspeita de bombas em todo o estado, e somente em uma ocasião a presença de explosivos foi descartada.
Nesta segunda, a suspeita de bomba no shopping foi levantada após uma mala e uma mochila serem abandonadas no estabelecimento comercial. Por conta da suspeita de bomba, lojas que estavam dentro da área isolada pela polícia tiveram de ser fechadas.
O Bope esteve no local após uma pessoa não identificada ligar para a Central de Atendimento da Polícia pela manhã e informar a existência de uma suposta bomba no local, mas descartou a presença de qualquer explosivo na bagagem.
Também nesta segunda, uma ocorrência, dessa vez com presença de explosivos, foi atendida pelo Bope em Paripiranga, na região nordeste da Bahia. Cerca de 20 homens armados explodiram uma agência do Banco do Brasil na cidade, durante a madrugada, fugiram levando dinheiro de caixas e abandonaram dinamites no local, que foram retiradas pela corporação e detonadas em local seguro.
Há menos de duas semanas, uma ocorrência com suspeita de bomba também foi registrada na estação de Brotas do metrô de Salvador. Depois que uma mochila foi deixada no local, a estação foi evacuada e dois acessos ao terminal interditados. O Bope, no entanto, descartou presença de explosivos, já que achou apenas papeis dentro da mochila. A mochila foi deixada em uma lixeira do metrô por um professor de 48 anos, que disse que queria apenas reciclar lixo e que não esperava que a atitude gerasse tanta confusão.
A outra ocorrência em 2017 em que a suspeita de bomba foi descartada ocorreu em um açougue, no bairro da Boca do Rio, há dois meses. "No estabelecimento, que fica no final de linha, foi deixada uma caixa com carne e foi levantada essa suspeita, mas o Bope foi ao local e descartou", disse, em contato com o G1, o capitão Batalhão de Operações Especiais Érico Carvalho.
Já em 2016, a única das 29 ocorrências em que foi descartada presença de artefados explosivos ocorreu em julho. Um homem de 36 anos que ameaçou explodir uma bomba na Unijorge, na Avenida Paralela, em Salvador, onde seria realizada a prova da OAB, estava na verdade com balas de gengibre presas ao corpo, e não com bombas, como havia dito. Por causa da ameaça, a prova do exame da Ordem em Salvador chegou a ser cancelada.
O suspeito, Frank Oliveira Costa, que também fazia a prova, foi detido e autuado com base no artigo 41 da Lei das Contravenções Penais, por provocar alarme anunciando perigo existente capaz de produzir pânico ou tumulto. Após a situação gerar pânico e correria entre 3.400 participantes, ele foi eliminado da prova.
Ação
Conforme Carvalho, a maioria das ocorrências em que foram constatadas presença de explosivos, tanto em 2017 como em 2016, envolveu crimes contra instituições financeiras, como foi o caso de Paripiranga. "Geralmente, os criminosos deixam artefatos para trás e somos acionados para intervir. Essas situações representam a grande parte das ocorrências", destacou o capitão Érico Carvalho.
Além de situações envolvendo explosivos, o Bope pode ser acionado em casos envolvendo reféns, para negociação com os suspeitos, sequestros e operações de grande porte em conjunto com polícias Civil ou Federal. Em toda a Bahia, o Batalhão atua com 66 homens e possui uma única sede em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador.
A corporação possui atualmente oito homens que trabalham exclusivamente no manuseio de bombas e outros 22 especialistas em ações envolvendo explosivos. Nesses casos, uma série de medidas são adotadas até chegar à conclusão de que há ou não um explosivo em determinado local.
"Geralmente, utilizamos plataformas internacionais. As técnicas envolvem desde a aproximação do objeto suspeito com robô, até a aproximação do agente um raio-x portátil. Quando verificamos que se trata realmente de uma bomba, fazemos a remoção para um outro local seguro para que possa ser detonada.
Carvalho diz que não é possível estimar quanto custa, em média, a mobilização de uma equipe do Bope para atender cada uma das ações e nem estima os prejuízos em casos de "trotes".
"Não tem como calcular de forma com precisão. Tem que levar em consideração o transporte empregado, o número de agentes que vai participar. Não tem como dizer um valor exato. Uma ocorrência com muitos homens, que use helicóptero, por exemplo, vai custar mais caro. O problema das chamadas falsas é que, além do prejuízo, a gente poderia estar atuando em outra situação que pode ser verdadeira", destaca.
Fonte: G1