O dono de um mercadinho localizado no bairro de Itapuã, em Salvador, foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), nesta quinta-feira (8), suspeito de receptar mercadorias roubadas pela organização criminosa desarticulada durante a Operação Desvio de Rota, deflagrada na terça-feira (6). O esquema movimentou cerca de R$ 4 milhões, segundo a polícia.
O comerciante teve o mandado de prisão expedido após as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais, do Ministério Público da Bahia (MP-BA), apontarem ele como proprietário de um dos estabelecimentos envolvidos no esquema.
Segundo a polícia, foram encontrados e apreendidos R$ 341 mil em espécie sem qualquer comprovação de origem no interior do mercadinho. Um dos funcionários do local era suspeito de negociar as mercadorias roubadas, mas os investigadores concluíram que o proprietário, até então desconhecido, era o responsável pelo crime.
O funcionário não foi preso. Já o comerciante foi levado para o Ministério Público, em Nazaré.
Operação
Ao todo, 19 pessoas foram presas na manhã desta terça-feira (6), na "Operação Desvio de Rota", deflagrada pelo Ministério Público do Estado da Bahia, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), com apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Civil. Não foi detalhado onde foram efetuadas as prisões. Entre os presos está um policial civil.
Entre os suspeitos presos, um mineiro e um paulista foram encontrados na região de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, transportando carga roubada. Os outros 17 são baianos e foram presos em Salvador, Lauro de Freitas, Aratuípe e Feira de Santana. O policial civil que foi preso facilitava a ação dos bandidos, segundo informou o MP. Não há detalhes sobre os procedimentos institucionais que serão tomados contra o policial.
Além das prisões, a polícia também apreendeu R$ 500 mil quinhentos mil, produtos e veículos em casas, galpões e mercadinhos envolvidos no esquema. Outros integrantes da quadrilha, ainda estão sendo procurados.
Durante uma coletiva de imprensa na sede do MP-BA, na tarde desta terça-feira, promotores envolvidos na ação informaram que o grupo agia desde 2015. "Tinham as pessoas responsáveis por cooptar os funcionários das empresas, para fornecer informações sobre as cargas que estavam saindo, responsáveis por executar o roubo, as pessoas responsáveis por trazer essa mercadoria até os galpões, por negociar essas cargas com os receptadores, além daqueles que facilitavam fornecendo as informações [aos criminosos]", explicou a promotora Lolita Lessa.
A operação foi o desfecho de um trabalho que começou há dois anos, com investigações da Polícia Rodoviária Federal.
Desvio de rota
A operação foi montada a partir de investigações oriundas de ocorrências de roubo de cargas registradas desde 2015 nas BRs 324, 242, 116, 101 e região metropolitana de Salvador.
A polícia informou que fez um levantamento de inteligência que resultou em um relatório, que foi posteriormente remetido ao Ministério Público da Bahia (MP-BA). As investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) foram iniciadas em setembro do ano passado.
Segundo a polícia e o MP, entre os itens roubados pelas quadrilhas estão cerveja, material de limpeza, papel A4, alimentos, medicamentos, entre outras mercadorias de fácil negociação.
Reprodução/G1