Polícia

Dois homens são assassinados a tiros no Arenoso

Amigos foram executados antes de deixarem as imediações da residência

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Amigos foram executados antes de deixarem as imediações da residência - Foto: Euzeni Daltro | Ag. A TARDE

De passagem por Salvador, o motorista do aplicativo Uber Paulo Ricardo Silva dos Santos, 27 anos, foi com um amigo almoçar na casa de uma tia no bairro do Arenoso. Saiu de lá dizendo que iria à praia e voltaria no final do dia para dormir. Mas ele e o amigo foram executados antes mesmo de deixarem as imediações da residência, na tarde deste domingo, 14.

A reportagem apurou que eles foram mortos por um grupo formado por cerca de 10 homens armados, que chegaram ao local a pé. Antes mesmo de os corpos serem removidos, cerca de 30 homens armados festejavam as mortes na localidade das Casinhas, naquela região, conforme informações levantadas por policiais do Departamento de Homicídios (DHPP).

Paulo foi assassinado a tiros na Rua Wanderson Campelo, conhecida como Rua do Sapo. Já o amigo dele, que ainda não havia sido identificado, foi morto a tiros e a golpes de arma branca na 2ª Travessa Wanderson Campelo – distante cerca de 100 metros do local onde Paulo foi executado.

A equipe de perícia do Departamento de Polícia Técnica (DPT) encontrou cerca de 25 lesões provocadas por projéteis de arma de fogo no corpo de cada uma das vítimas. No corpo do amigo de Paulo, havia lesões profundas e grandes nos dois joelhos, nos cotovelos e no rosto, além de outras lesões pequenas.

Nos dois locais das execuções, a equipe de perícia recolheu dezenas de projéteis e estojos, cujo calibre não foi possível definir, segundo o perito.

A tia de Paulo contou que ele trabalhava como motorista do aplicativo Uber na cidade de São Paulo, para onde se mudou, há três meses, com a mulher e o filho de cinco anos. Mudou-se para trabalhar naquela cidade.

Antes, Paulo morava em Salvador, no bairro do Arenoso, bem próximo ao local onde foi morto. “Ele saiu da minha casa dizendo que ia para a praia. Não demorou nada e a gente ouviu os tiros. Jamais imaginaria uma coisa dessa”, disse a tia, que preferiu não se identificar. Ela afirmou não saber o que possa ter motivado o assassinato do sobrinho e nem quem o cometeu. Paulo estava em Salvador desde a última segunda-feira, 8.

Paulo e o amigo chegaram ao Arenoso em um carro preto. Eles saíram da residência e entraram nesse veículo, que não foi mais visto no local após as execuções, segundo a tia.

Até o final da tarde, o carro não havia sido encontrado. “Pelas características do fato, não há indícios de que eles estavam em um carro. Inclusive, tudo indica que a vítima não identificada tentou fugir”, afirmou um policial militar da 23ª CIPM (Tancredo Neves), que preferiu não ter o nome divulgado.

No Arenoso, não houve “plateia” para ver os corpos. Um pequeno grupo, que ia para um chá de fraldas, parou por alguns instantes para olhar os processos da morte, antes de celebrar a vida. Mas logo se adiantou.

Fonte: A tarde // AO