Polícia

Com medo de suspeito, estudante agredida em Camaçari sai da casa da avó

Também de Camaçari, Eva Luana acompanha o caso e foi procurada pela mãe da vítima

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Após circular a informação de que o suspeito das agressões estaria andando no bairro, a estudante Deisiane Souza Cerqueira, 18 anos, foi retirada da casa da avó paterna no último domingo (24), na cidade de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS). Ela estava com a idosa desde o último dia 19, quando o pai, o taxista Robson Cerqueira Santos, 43, a salvou de um cárcere privado mantido pelo namorado da vítima, o tatuador Marcos Alexandre da Silva, 35.

Além de cárcere privado, Marcos Alexandre é acusado por Deisiane de inúmeras agressões que deixaram o rosto dela desfigurado e cicatrizes espalhadas no pescoço, costas e pernas, resultado de sessões diárias de murros, facadas, queimaduras de cigarro, mordidas e outras agressões físicas que começaram logo após os dois primeiros meses da relação. A estudante ainda sofreu tortura psicológica: durante os seis meses em que foi mantida em cárcere privado, era ameaçada de morte diariamente. O advogado dele diz que o suspeito é inocente.

Ela foi retirada da casa da avó paterna pela estudante de Direito Eva Luana da Silva, 21 anos, jovem que foi violentada por mais de oito anos pelo padrasto e hoje atua ajudando outras mulheres vítimas de violência. Eva contou com a ajuda da Polícia Militar para levar Deisiane. 

O CORREIO conversou com a advogada de Eva, Maria Cristina Carneiro. “Eva soube através da mãe de Deisiane que o acusado das agressões estava rondando o bairro. Então, Eva foi lá oferecer ajuda. Foi com a polícia porque o local é perigoso. Chegando na casa, Eva encontrou a jovem expelindo sangue por conta da reação das medicações que vinha tomando para tratar dos coágulos internos fruto da agressão. Então, ela foi levada de imediato para uma unidade médica e posteriormente para o Cras (Centro de Referência de Assistência Social) por vontade própria”, disse a advogada.

Ainda de acordo com ela, a estudante está numa unidade de referência de apoio às mulheres vítimas de violência. O local não foi revelado por uma questão de segurança.

Correio // AO