A ação da Polícia Militar que deixou 12 mortos no bairro do Cabula, em Salvador, completa 4 anos nesta quarta-feira (6), sem nenhuma solução. O caso, que ficou conhecido como "Chacina do Cabula", segue sob análise da Justiça da Bahia. Nove policiais militares são réus. Eles chegaram a ser julgados e absolvidos, no ano passado. No entanto, a sentença foi anulada após pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA).
Os PMs aguardam um novo julgamento em liberdade. Não há previsão de quando eles serão levados ao júri novamente.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-BA), dos nove policiais militares envolvidos no caso, oito continuam trabalhando nas ruas atualmente. Apenas um deles está afastado do trabalho, porque foi inserido na reserva militar.
A Chacina do Cabula ocorreu em 6 de fevereiro de 2015, poucos dias antes do carnaval na capital baiana, e chocou a população. O inquérito da Polícia Civil, realizado na época, aponta legítima defesa na ação dos PMs, que não tiveram os nomes divulgados. Já o Ministério Público (MP-BA) denunciou os policiais por homicídio.
Ainda em 2018, depois da anulação do primeiro julgamento, a Procuradoria-Geral da República (PGR) tentou transferir o caso para a Justiça Federal, contudo, o pedido foi negado e, em dezembro do mesmo ano, o caso voltou para o 1º Juízo do Tribunal de Justiça da Bahia.
Além do MP, da Justiça e da PM, o caso é acompanhado pela Anistia Internacional e pelo Movimento Reaja ou Será Morto, que ajudou as famílias das vítimas a pressionar as autoridades durante as investigações, inclusive, com protestos.
Segundo o G1 a Anistia Internacional, disse por meio de assessoria, que não vai se posicionar sobre o caso no momento. A reportagem tentou falar também com o Movimento Reaja ou Será Morto, mas não conseguiu contato a a publicação desta reportagem.
G1 // AO