Foi apresentado na manhã desta quarta-feira (02), durante coletiva na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), o assassino e réu confesso da estudante de medicina Marianna Teles, Gilmário Alves do Nascimento, 20 anos. Além dele, Jackson Leones Almeida Carneiro, 20 anos, Fábio dos Santos, o “bibi”, de 25 anos e Marcos dos Santos Ferreira, de 24 anos, também foram apresentados. Todos fazem parte da facção de drogas do Inferninho, localizado no bairro do Costa Azul.
Presente na coletiva, o secretário Maurício Barbosa esclareceu a imprensa como conseguiram chegar até o criminoso e seus comparsas, lembrando que a morte da estudante, que ocorreu no dia 29 de agosto, foi um fato extremamente chocante para a cidade.
“Primeiro lugar quero me solidarizar com a família da estudante e esclarecer que desde o acontecido até então, colocamos equipes da Polícia Civil, juntamente com a inteligência e ação da Polícia Militar, para que pudéssemos encontrar os autores desse latrocínio (roubo seguido de morte). Através do Disk Denúncia, canal em que recebemos ligações, a equipe de investigação conseguiu chegar até o Gilmário e desdobramos a prisão de mais três outras e um adolescente”, disse o secretário.
Em declarações, Barbosa afirmou ter se surpreendido com o fato de saber que o autor do disparo já tinha sido preso e que o assassino estaria aproximadamente há 25 dias nas ruas e com uma extensa ficha de passagens anteriores pela polícia, ainda de quando era adolescente: “São mais de sete passagens do Gilmário por diversos crimes e até contra o patrimônio. A última prisão o Gilmário passou oito meses detido por tráfico de drogas”.
Durante a coletiva, Maurício Barbosa contou que Gilmário e os outros presos pertencem a uma certa facção de drogas que atua na localidade do Inferninho, e também já foi determinada a prisão de todos os integrantes dessa quadrilha de narcotráfico que tem dado sustentação para que pessoas da facção venham a praticar crimes contra o patrimônio.
“Vale ressaltar que o trabalho da polícia não se exauriu com a prisão dessa quadrilha. Hoje mesmo realizamos novas operações em Pernambués e no Inferninho, tentando identificar mais armas, pois acreditamos que a arma do crime ainda não foi encontrada. Apesar da confissão do Gilmário estamos atrás da arma do crime e de um veículo Citroen que eles usavam para praticar ações criminosas na cidade”, esclareceu o secretário.
Para Barbosa, a Segurança Pública se tronou de fato um dos maiores problemas da sociedade atual, não só em Salvador como também na Bahia e em todo o Brasil: “Estamos vendo inúmeras ocorrências criminais acontecendo e de extrema gravidade, e chamamos atenção nesse momento para que haja uma discursão feita por todos. Depois desses momentos eu costumo dizer que crimes quando acontecem com a classe média tende a chocar e são nesses momentos que temos que começar a refletir como nós chegamos a uma situação onde a Segurança Pública hoje é a pauta nacional”.
Ainda em declarações, o secretário de Segurança Pública do Estado afirmou ter reuniões semanais, onde são cobrados muitos resultados das forcas policiais e fez um alerta para uma modernização nas leis: “Sabemos o empenho das forças policiais dentre as condições que hoje dispomos para fazer frente à criminalidade e precisamos avançar, e avançar principalmente na modernização das nossas leis. Estamos falando de um código penal de 1940, estamos tratando de ritos processuais que tem quase 60 anos e não temos mais condições de assistir presos saindo pela porta da frente e voltando a delinquirem minutos, dias ou até meses da saída da unidade prisional”.
E foi mais além: “No momento onde se discute muito o esvaziamento das nossas custodias, não devemos colocar uma ineficiência no nosso sistema jurídico, penal e processual. Temos que pensar na modernização das nossas leis para fazer com que essas pessoas tenham aplicação da justiça de forma célere, impedindo que estas voltem a delinquir e a sociedade e policiais não tenham a sensação de que estão sendo coagidos. Vamos fazer com que os nossos parlamentares e o congresso nacional se dediquem a essa causa, modernizem as nossa leis e forneçam às policias as ferramentas necessárias para que a gente não assista reiteradas vezes cenas como esta. A sociedade deve exigir não só da policia como também para quem deve ser dada a responsabilidade”.
(Foto: LD Notícias)