Polícia

Capitão da PM suspeito de ser 'cabeça' de organização criminosa é alvo de operação na Bahia

Uma operação deflagrada na manhã desta quarta-feira (24), na região sul da Bahia, cumpriu dois mandados de prisão preventiva. Dentre os alvos está um oficial da Polícia Militar.

Divulgação/MP-BA
Divulgação/MP-BA

Uma operação deflagrada na manhã desta quarta-feira (24), na região sul da Bahia, cumpriu dois mandados de prisão preventiva. Dentre os alvos está um capitão da Polícia Militar.

De acordo com o Ministério Público estadual, as duas pessoas são investigadas por integrar uma organização criminosa que cobrava valores e vantagens indevidas de empresários e comerciantes em Porto Seguro, para livrá-los de ações policiais. 

Denominada Sordidae Manus, a ação integrada foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Sul), da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP), da Polícia Militar, pela Corregedoria da PM (Correg) e pela Força Correcional Especial Integrada (Force/Coger).

Segundo as investigações do Gaeco, o oficial seria o "cabeça" da organização criminosa. Ele teria recebido valores indevidos de empresários, comerciantes, pessoas com litígios de terras e políticos locais de Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro e outros municípios da região. Ainda segundo o MP, em troca do dinheiro, o PM teria retardado ou deixado de praticar seu dever funcional de policial, inclusive avisando aos comerciantes locais sobre operações da Polícia Militar, para evitar abordagens e possíveis apreensões e flagrantes contra os transgressores. 

O capitão é investigado por crimes de prevaricação, associação criminosa, corrupção passiva, concussão (exigir vantagem indevida em razão da função pública), ameaças, receptação, extorsão, lavagem de dinheiro, peculato, dentre outros. Comerciantes da região também são alvo de investigação, por crime de corrupção ativa.  

Também foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão nos municípios de Porto Seguro, Santa Cruz de Cabrália, Eunápolis e Ilhéus, inclusive na residência do PM e em sedes de empresas. Os mandados foram expedidos pela Vara de Auditoria Militar de Salvador e pela Vara Criminal da Comarca de Santa Cruz de Cabrália. O procedimento investigatório criminal, instaurado a partir de provocação da própria Polícia Militar, tramita na Promotoria de Justiça de Santa Cruz Cabrália.

O material apreendido na operação será analisado pelo Ministério Público e em seguida enviado para ser periciado.