Polícia

Bahia é o segundo estado com maior taxa de mortes de jovens por intervenção policial, aponta relatório

A Bahia é o segundo estado com o maior índice, ficando atrás apenas do Amapá

Divulgação/SSP-BA
Divulgação/SSP-BA

A Bahia ocupa uma posição alarmante no ranking nacional de mortes de crianças e adolescentes até 19 anos por intervenção policial, segundo a segunda edição do relatório "Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil", divulgado pelo Unicef e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Com uma taxa de 7,4 mortes por 100 mil habitantes, a Bahia é o segundo estado com o maior índice, ficando atrás apenas do Amapá, que registra 10,9 mortes por 100 mil.

O levantamento revela que, nos últimos três anos, mais de 15 mil crianças e adolescentes foram mortos de forma violenta no Brasil, e uma parcela crescente dessas mortes é resultado de intervenções policiais. Em 2021, essas intervenções representavam 14% das mortes de jovens, percentual que subiu para 17,1% em 2022 e chegou a 18,6% em 2023, demonstrando um aumento preocupante no uso da força letal por parte das polícias.

A situação se agrava quando comparada à média nacional, que é de 1,7 mortes por 100 mil habitantes nessa faixa etária. Além do Amapá e da Bahia, outros estados apresentam taxas significativamente superiores, como Sergipe (3,7), Rio de Janeiro (3,1), Mato Grosso (2,9), Pará (2,5), Rio Grande do Norte (2,3) e Espírito Santo (1,9). Esses números ressaltam a disparidade entre as unidades da federação e a necessidade de uma intervenção urgente para reduzir a letalidade policial, especialmente entre jovens.

O relatório também destaca que, enquanto a taxa de letalidade policial para a população acima de 19 anos é de 2,8 mortes por 100 mil habitantes, essa taxa mais que dobra (6 por 100 mil) entre jovens de 15 a 19 anos, refletindo um risco significativamente maior para essa faixa etária. 

Diante desse cenário, os pesquisadores do relatório enfatizam que qualquer política de redução de homicídios voltada para crianças e adolescentes deve necessariamente incluir o controle rigoroso do uso da força pelas polícias, especialmente nos estados onde a letalidade é mais elevada.