Polícia

Assaltado em frente ao TCA, produtor ouve desabafo de policial em delegacia: ‘Cidade abandonada’

O horror do atendimento só foi sanado em outra unidade policial: a Central de Flagrantes

Divulgação
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Produtor cultural, Jeferson Lima foi vítima de um assalto nos arredores do Teatro Castro Alves, no sábado (21), quando estacionava o carro para ir ao show de Caetano Veloso. Em entrevista à Salvador FM, ele, que estava acompanhado da namorada, disse que o autor do roubo foi um homem que estava vestido como guardador de carros. 

“Ao chegar na praça do Campo Grande, encontrei uma vaga na zona azul, há 100 metros do teatro, em frente a um laboratório de imagem. Que sorte a minha, pensei. Estacionei no local e logo ao sair do carro fomos abordados por um suposto guardador de carro em frente à praça. Um rapaz alto, de aproximadamente 35 anos, com colete laranja e apito. Nenhum agente ou viatura da Transalvador. Ele aguardou estacionarmos o carro, encostou próximo a mim e anunciou o assalto, retirando um revólver totalmente enferrujado da cintura e pedindo dinheiro e os celulares”, disse. 

Outro fato, porém, foi tão traumático quanto o assalto: o atendimento na delegacia dos Barris. “Seguimos atônitos em direção à delegacia dos Barris e fomos direcionados a uma sala, onde aguardaríamos pelo atendimento. Sentamo-nos e aguardamos. Logo ao entrar na sala, a investigadora que estava de plantão anunciava: ‘Toda hora isso. Essa cidade está abandonada’. Sentou-se em nossa frente e começou a xingar o secretário de segurança do Estado, alegando que estava exausta. Até aí, ok, seria mais um funcionário insatisfeito com o seu trabalho, pensamos, porém, ao invés de nos ajudar a abrir o boletim de ocorrência, começou a falar que ali não se podia fazer nada, que delegacia naquele horário só funcionava administrativamente, que não conseguiria mandar nenhuma viatura ao local do crime e que não nos daria acesso ao computador para rastrear os celulares, mesmo o crime tendo acontecido minutos antes. Pedi para falar com o delegado plantonista, porém ouvimos que ‘a polícia não pode fazer nada. Comprem outro celular’”, narrou. 

O horror do atendimento só foi sanado em outra unidade policial: a Central de Flagrantes, na região do Iguatemi. “Outro tipo de atendimento. Ao ouvir o nosso relato, o investigador de imediato nos pediu desculpas e afirmou que aquele tratamento não condizia com a conduta da corporação e nos encaminhou à sala da supervisora plantonista Itana, que reforçou o pedido de desculpas, nos ofereceu água e se mostrou solícita a rastrear os aparelhos, inclusive, mobilizando uma viatura que estava próxima ao local do roubo para averiguar, entretanto, no local onde os aparelhos estavam, na localidade conhecida como ‘Ratoeira’, precisaria de mais policiais para a incursão”.