O segurança Fabilson Nascimento Silva, de 31 anos, confessou ter matado o adolescente Guilherme dos Santos Pereira da Silva, de 17 anos, no pomar do restaurante Paraíso Tropical, localizado no Cabula, em Salvador. A informação foi passada ao G1, nesta quarta-feira (2), pelo delegado Guilherme Machado, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e que investiga o caso. O crime aconteceu em abril deste ano. O suspeito foi preso na quinta-feira (27), em Pernambuco.
Segundo a polícia, durante depoimento, o homem contou que atirou no adolescente porque ele invadiu a propriedade, mas não tinha a intenção de matá-lo. “A alegação dele é de que o jovem estaria invadindo a área para roubar animais. Ele disse que tentou impedir, mas que o tiro não foi intencional. Ele disse que se esbarrou no portão e atirou sem querer”, contou o delegado.
Segundo o delegado, o segurança usou uma espingarda para atirar na vítima. A arma ainda é procurada pela polícia. De acordo com o delegado, além de Fabilson Nascimento, outras pessoas podem ser indiciadas pela morte do adolescente. As identidades dos suspeitos não foram divulgadas para não atrapalhar as investigações.
Conforme o delegado, o suspeito foi preso na cidade de Serra Talhada (PE). Fabilson Nascimento estava escondido na casa de familiares e foi localizado após investigações. Na sexta (28), o segurança foi trazido para Salvador e encaminhado para o sistema prisional, onde está à disposição da Justiça. Nesta quarta-feira, o homem foi apresentado à imprensa. Ele chorou bastante ao ser apontado pela polícia como autor do crime.
Caso
Conforme a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o crime ocorreu depois que Guilherme e três amigos entraram no terreno existente nos fundos do restaurante em que o segurança trabalhava, para colher frutas, no dia 17 de abril. A vítima foi encontrada morta após passar dois dias desaparecida. No dia 28 de abril, a polícia divulgou que o segurança era suspeito do crime.
O empresário Beto Pimentel, que é dono do estabelecimento, nega que a área onde o corpo estava fazia parte da propriedade dele. Ele também chegou a dizer, na época do crime, que não havia seguranças no local e que o pomar onde os rapazes estariam é cercado com arame.
Segundo a polícia, os amigos do adolescente contaram, em depoimento, que ouviram um barulho de tiro enquanto estavam no local e correram. Quando olharam para trás viram Guilherme caído no chão, mas não pararam para ajudá-lo.
Depois, o grupo voltou e só encontrou o boné e a sandália do adolescente no local. O irmão de Guilherme, Rafael dos Santos, contou que um dos meninos que estava com o adolescente viu um segurança do restaurante efetuar o disparo.
Reprodução/G1