O caso de desvio de doações no programa Balanço Geral, da Record TV Itapoan, que ficou conhecido como 'escândalo do pix', ganhou os noticiários há cinco meses. Embora três pessoas tenham sido indiciadas, a investigação da fraude segue em curso e o inquérito ainda não foi remetido para o Ministério Publico Estadual (MP-BA) – órgão responsável por acatar (ou não) pela denúncia dos suspeitos.
Procurada pelo Portal Salvador FM nesta quarta-feira (16), a assessoria da Polícia Civil informou que não há atualização para ser divulgada sobre o caso neste momento.
Desde 11 de março, quando o caso veio à tona, duas entrevistas coletivas foram concedidas pelo delegado Charles Leão – da Delegacia de Repressão a Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber). Na mais recente, realizada em 20 de junho, o titular da unidade especializada revelou que dois jornalistas da emissora e um cabelereiro, amigo de infância de um deles, foram indiciados.
Alvos da investigação, o repórter Marcelo Castro e o editor Jamerson Oliveira foram demitidos da Record TV em 31 de março. Segundo a PC, o trio é investigado por associação criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro.
"É uma apuração demorada, mas reforço que o nosso compromisso é somente com a verdade. Já ouvimos 61 pessoas, fora as análises de documentos e a formatação da investigação em si. Há várias pessoas envolvidas, e precisamos estabelecer qual o nível de envolvimento delas. Esse cuidado na prestação da informação é por esse compromisso: para que inocentes não venham a ser responsabilizados", explicou Leão em junho.
Na época, o delegado contou que durante os depoimentos os dois jornalistas tentaram atribuir a reponsabilidade dos crimes para o terceiro envolvido. O homem seria responsável pela divisão do dinheiro com as pessoas que pediam ajuda ao programa de televisão. Entretanto, conforme enfatizou o titular da DreofCiber, as investigações não confirmaram a versão da dupla.