Polícia

A favor da legalização da maconha, Maurício Barbosa diz que é preciso 'abraçar' dependentes

"Se eu tiro 80% do faturamento da maconha de uma quadrilha, estou deixando de fortalecer a quadrilha em 80%", disse Barbosa

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O secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Teles Barbosa, afirmou, em entrevista ao portal UOL, que a legalização da maconha "quebraria" o faturamento das quadrilhas de tráfico de drogas no Brasil, principalmente em estados do Nordeste.

"Se eu tiro 80% do faturamento da maconha de uma quadrilha, estou deixando de fortalecer a quadrilha em 80%", disse Barbosa, propondo que o tráfico de drogas seja encarado como uma atividade econômica.

À publicação Barbosa mencionou países que já lidaram com o processo de descriminalização da erva.

"Muitas pessoas vieram com as experiências do Uruguai, da Holanda, dizendo: 'Olha! Eles liberaram a maconha, mas não foram capazes de reverter a violência'.

É por isso que eu acho que as coisas ainda carecem de estudo acadêmico a respeito de como foram feitas. Mas acho absolutamente louvável que eles tiveram uma ação diferenciada, de não só fazer a repressão, ou seja, fizeram alguma coisa. Na cabeça deles, pensaram: 'Vamos tratar as pessoas, em vez de ficarmos aqui tratando somente o lado repressivo'. Nós temos que tentar", declarou.

"Se eu tenho de 80% a 90% do volume de recursos oriundos da maconha, por que que a gente não pensa numa forma de abraçar esses usuários? Eu não sou a favor da droga, é importante que se diga isso.

Eu, Maurício Barbosa, não sou a favor. Mas eu também não sou a favor de que as pessoas continuem morrendo. Policiais continuem morrendo. Os usuários, os dependentes químicos continuem morrendo e não se chegue a uma resolução de absolutamente nada", ressaltou o titular da SSP-BA.

Para ele, o comércio ilegal de entorpecentes é um dos fatores para a explosão de homicídios nas grandes capitais.

Durante a entrevista, Barbosa também fez críticas à intervenção federal no Rio de Janeiro, dizendo ser uma "medida emergencial" e "que não ataca o problema". 

 

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