Caio Souza crava a série da barra fixa e quase chora mesmo antes de receber a nota nesta segunda-feira. Sabia que o trabalho tinha sido bem feito e que a medalha ficaria no seu peito no individual geral da ginástica artística. Veio o ouro e com direito a dobradinha inédita. Arthur Nory abria o sorriso largo a cada apresentação, porque também brilhou em Lima e ficou com a prata. O Brasil conquistou o ouro e a prata do individual geral nos Jogos Pan-Americanos.
No Pan de Toronto 2015, Caio Souza havia ficado no quase. A quarta colocação já era a melhor de um brasileiro no individual de um Pan. A medalha veio em Lima. Não apenas o primeiro pódio brasileiro na história da prova, mas um pódio em dobro. O canadense Cory Paterson ficou com o bronze, somando 82,200 pontos em todos os aparelhos, abaixo do campeão Caio (83,500) e do vice Nory (82,950).
O título do individual geral foi especial para Caio Souza não apenas por conseguir a medalha que escapou em 2015, mas também porque ele quase ficou fora do Pan de Lima. O ginasta passou por uma cirurgia no tornozelo há pouco mais de dois meses, mas conseguiu recuperar quase todos os seus elementos em tempo. Ainda pode crescer rumo ao Mundial de Stuttgart, em outubro.
– Foi um alívio. Foram dois meses e meio desde a minha cirurgia (no tornozelo). Tudo que passei, de fortalecimento, tudo o que ralei para estar aqui… Nem sei o que falar, só agradecer a todo mundo. A gente só põe para fora o trabalho de muita gente – disse Caio, agradecendo a comissão técnica e médica do Brasil por deixá-lo em condições de conquistar o ouro no Pan.
Bronze no solo da Olimpíada do Rio 2016, Nory também confirma a boa forma depois de temporadas seguidas lidando com lesões. Foi a primeira vez desde a Rio 2016 que ele apresentou os seis aparelhos em uma competição. E já levou uma prata.
– Essa medalha estava engasgada. A última vez competi seis aparelhos foi na Olimpíada. É uma competição puxada. Eu chorei no canto com meu técnico no fim. Havia uma incerteza se eu viria ao Pan por causa do meu joelho. Depois que descobrimos o problema (ele tem condromalácia, um problema crônico degenerativo na cartilagem), uma força-tarefa foi feita. Só tenho a agradecer a todos. A gente não está sozinho – disse Nory.
Globo Esporte // AO